O vice-presidente do PSD, Marco António Costa, acusou, no sábado à noite, o PS de pretender usar parte do dinheiro do Fundo de Estabilização da Segurança Social, para fazer obras de construção civil.

“O Partido Socialista quer usar parte dos dinheiros do Fundo de Estabilização da Segurança Social, que deve estar guardado para uma situação de emergência para assegurar o pagamento das responsabilidades sociais do Estado, para apoiar obras de construção civil, no âmbito da renovação urbana”, criticou o dirigente social-democrata.

Em declarações à Lusa, depois de assistir, no Marco de Canaveses, à posse da nova concelhia da JSD local, Marco António Costa considerou “incompreensível” a proposta do PS, também porque “esse fundo tem a participação e acompanhamento dos parceiros sociais, que não darão o seu assentimento para uma proposta desta natureza”.

“O PS tem revelado um certo irrealismo e uma ligeireza nas propostas que apresenta”, comentou ainda sobre o mesmo tema.

O vice-presidente social-democrata criticou, por outro lado, a proposta do PS “de reduzir em oito pontos percentuais a receita da TSU”, o que, assinalou, “pode ter um impacto até 14.000 milhões de euros, se for incluída também a Caixa Geral de Aposentações.

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“São contas que nunca foram refutadas pelo PS”, disse, prevendo que aquela proposta “significa uma perda de receita imediata, de encaixe financeiro para a segurança social, que põe em causa as pensões que estão em pagamento”.

Defendeu, a propósito, que as próprias contas do maior partido da oposição, nos seus documentos macroeconómicos, admitem uma perda de 6.000 milhões de euros.

Marco António Costa insistiu que a proposta socialista, que considerou “aventureirista e irresponsável”, provoca “um buraco acumulado que, seguramente, terá um efeito muito nocivo para o futuro da Segurança Social”.

Sobre a possibilidade de o crescimento da economia poder compensar a redução da TSU, o vice-presidente do PSD considerou que “o PS está a usar um conjunto de premissas, em que baseia a construção da sua proposta económica, que é um ato de fé”.

“Esses atos de fé nós já vivemos em 2009, com uma crise profundíssima”, disse, acusando os socialistas de não aprenderem com os erros do passado.

Sobre a crítica do PS de que a maioria ainda não apresentou as contas do seu programa eleitoral, o dirigente do maior partido da coligação recordou que o programa PSD/CDS tem por base o Programa de Estabilidade apresentado em Bruxelas.

Além disso, frisou, as contas da maioria foram verificadas pelo Conselho de Finanças Públicas e pela UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental), ao contrário das do PS, partido que, recordou, “não teve disponibilidade” para sujeitar o seu cenário macroeconómico “a uma auditoria independente”.

“Nós honraremos e respeitaremos essas contas, já não se pode dizer o mesmo do PS, porque apresenta um conjunto de contas que, entre outras coisas, leva o país a défices excessivos”, concluiu.