O cabeça de lista por Lisboa do Livre/Tempo de Avançar às legislativas, Rui Tavares, disse esta segunda-feira que o aumento de refugiados a reinstalar em Portugal deverá servir de mote para a criação de um alto comissariado nacional sobre o tema.

“Portugal precisará de uma unidade de reinstalação de refugiados no Ministério da Administração Interna, Portugal precisará muito provavelmente de um alto comissariado nacional para a reinstalação de refugiados que possa consertar os esforços da administração pública, dos privados, das ONG (Organizações Não Governamentais), da solidariedade cidadão, e que possa fazê-lo com uma noção de longo prazo”, declarou Rui Tavares à agência Lusa.

O candidato eleitoral falava após uma ação do Livre/Tempo de Avançar sobre a atual crise no Mediterrâneo, ação tida junto às representações em Portugal da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu, situadas no Largo Jean Monnet, em Lisboa.

Rui Tavares advogou que “esta é mais uma crise europeia que precisa de uma resposta europeia”, mas o antigo eurodeputado lembra que havia legislação comunitária e um envelope financeiro europeu destinado à reinstalação de refugiados que por “vontade política” não foi acionado antes deste atual período de crise.

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Portugal, sublinhou o cabeça de lista, “tem feito muito pouca reinstalação de refugiados até agora” e o aumento de pessoas a acolher levanta novas questões. “Este Governo desestruturou a reinstalação de refugiados que era feita, descentralizou-a, não dá formação à segurança social, não tem feito nenhuma espécie de acompanhamento centralizado deste tema”, vincou.

Os refugiados, advertiu Rui Tavares, “não querem estar numa situação de passividade, o que querem é poder recomeçar com as suas vidas”, e como tal é fundamental um plano global para a sua integração.

“[Eles] Precisam de autonomia profissional, laboral, social, isso não se faz com ideias ‘ah hoc’ [pontuais], integração nesta ou naquela profissão em particular, mas com um plano integrado”, disse o candidato do Livre/Tempo de Avançar, quando questionado pela Lusa sobre a sugestão do líder do PS, António Costa, de que os refugiados poderão ser úteis em Portugal por exemplo na defesa das florestas.

Desde janeiro, cerca de 365 mil pessoas já fizeram a travessia do Mediterrâneo, e mais de 2.700 morreram no esforço de chegar à Europa, segundo os números da Organização Internacional para as Migrações.