Os nacionalistas do Partido Liberdade tornaram-se no segundo maior partido na região da Alta Áustria depois de terem feito campanha contra a entrada de refugiados no país.. Os resultados das eleições regionais de domingo confirmaram um crescimento exponencial ao partido liderado por Heinz-Christian Strache: receberam um total de 30,9% dos votos, depois de em 2009 se terem ficado pelos 15,4%.

“[O Partido da Liberdade] teve em conta as preocupações da população de forma a séria e compreendeu-as”, disse Strache depois de serem conhecidos os resultados.

O partido nacionalista fez campanha por um controlo fronteiriço mais apertado e também apelou à construção de uma vedação semelhante àquela construída pela Hungria, na fronteira com a Sérvia. Além disso, o Partido da Liberdade acusou o o governo central austríaco de passividade e de ter criado o “caos dos refugiados”.

Ainda assim, o vencedor tornou a ser o Partido Popular, de centro-direita, que venceu com 37,4% — menos 10% do que nas eleições anteriores. Mais clara foi a derrota do Partido Social Democrata, de centro-esquerda, que passou a ser a terceira força política daquela região.

O governo central da Áustria, liderado por Werner Faymann, é composto por uma aliança do Partido Social Democrata (maioritário) com o Partido Popular (minoritário).

O tema da crise dos refugiados não passou mesmo ao lado destas eleições – a Áustria é o último ponto de passagem das pessoas que passam da Hungria ou da Croácia até à Alemanha. Essa realidade é sentida particularmente na região da Alta Áustria, que fica na fronteira germânica. De acordo com os números da polícia, cerca de 19 800 pessoas entraram na Áustria durante o fim-de-semana.

Assim, não é de estranhar que, segundo as sondagens à boca das urnas da televisão austríaca ORF, quase dois terços do eleitorado deram “bastante importância” à questão dos refugiados quando votou neste domingo.

Além disso, a Áustria espera um receber um total de 80 mil pedidos de asilo até ao final do ano — o que, no caso de todos receberem uma resposta positiva, representaria um incremento populacional de quase 1% para este país com 8,4 milhões de população.