Aziza e a família vivem hoje num campo de refugiados na zona do Curdistão. Mas nem sempre foi assim. A história foi contada pela CNN há um ano e foi agora revisitada pelo mesmo canal. Aziza Hamad tinha na altura 14 anos. Foi uma das pessoas que conseguiu fugir ao avanço dos militares do ISIS.

A família de Aziza faz parte dos milhares de pessoas pertencentes à Yazidi, uma minoria religiosa do Iraque. Tiveram de fugir para escapar ao avanço dos radicais islâmicos. Ficaram no Monte Sinjar, no Iraque. E por lá passaram mais de uma semana, presas, sem sair. Os radicais islâmicos estavam logo ali, a seguir aos limites do monte. Era impossível sair dali. Por isso, a vida fez-se com pouca água e pouca comida.

Num dia de agosto do ano passado, chegou um helicópetro militar iraquiano. Uma das poucas oportunidades de fuga. Lá dentro estava também a CNN. Aziza e oito dos seus familiares  conseguiram entrar a bordo e acomodaram-se enquanto a tripulação aérea iraquiana seguiu caminho e atingia os alvos do Estado Islâmico com metralhadoras. Uma viagem perigosa e de segurança, ao mesmo tempo.

Agora, no campo de refugiados, há dois quartos montados para oito pessoas em contentores simples. Um lar bem melhor do que aquele que tinham, destaca a CNN. Antes não tinham gás nem eletricidade suficiente para, por exemplo, se aquecerem. Mas também houve más notícias. A saúde física e mental do pai de Aziza deteriorou-se, sendo que deixou mesmo de andar. Há dois irmãos mais velhos que estão desaparecidos. Poderão ter sido capturados pelo Estado Islâmico. A verdade é que nada se sabe deles desde que a família embarcou naquele avião.

Um terceiro irmão, Karem, assistiu à partida do voo. Conseguiu depois deixar o Iraque e está agora em Hanover, na Alemanha. Karem estuda alemão e trabalha numa fábrica. Não sente saudades do passado. Diz que a vida agora é outra. “Quero construir algo para mim e pelo meu futuro. Não consegui fazer nada no Iraque. Não vou desperdiçar esta oportunidade”.

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