Um avião de guerra russo voltou a violar o espaço aéreo turco, no domingo, e a NATO já veio denunciar a situação como um “comportamento irresponsável”. A Turquia ameaçou responder e alertou que qualquer futuro intruso será tratado como um inimigo, conta a Reuters.

Um funcionário do Ministério de Relações Externas turco convocou, no sábado, o embaixador de Moscovo, depois de um jato russo ter cruzado a fronteira com a Síria, alertando a Rússia para a sua responsabilidade em qualquer incidente indesejável que viesse a acontecer .

A NATO realizou uma reunião de emergência em Bruxelas. O secretário-geral Jens Stoltenberg apelidou a situação como uma “violação inaceitável do espaço aéreo turco”. “As ações da Rússia não estão a contribuir para a segurança e a estabilidade da região. Eu peço à Rússia que respeite plenamente o espaço aéreo para evitar um aumento das tensões”, acrescentou.

O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, já se pronunciou sobre a situação e explicou que o o jato entrou acidentalmente no espaço aéreo turco por “alguns segundos”, quando regressava à sua base a cerca de 30 quilómetros ao sul da fronteira com a Turquia. Justificou a violação do espaço aéreo devido ao mau tempo, que obrigou o piloto a aproximar-se.

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O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, esclareceu que os EUA ficaram “bastante preocupados” com os movimentos da Rússia, descrevendo-os como uma provocação, conta o ABC.

O Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, também expressou a sua preocupação e, durante uma viagem ao Chile, explicou aos jornalistas que o incidente poderia ter levado a Turquia a derrubar o avião russo, relembrando que a Rússia tem o dever de agir dentro dos padrões internacionais, avança a Reuters.

O Primeiro-Ministro turco, Ahmet Davutoglu, esclareceu que a Turquia irá impor as suas regras em caso de invasões. O primeiro-ministro disse que irá tomar as medidas necessárias “mesmo se um pássaro viole a fronteira da Turquia” e relembrou que ” as regras são claras”, conta o ABC.

O movimento inesperado de Moscovo na semana passada ao lançar ataques aéreos na Síria, trouxe de volta a ameaça de possíveis confrontos entre as forças ocidentais e as forças russas.