Caracas entregou esta quinta-feira uma nota de protesto formal ao encarregado de negócios dos Estados Unidos, Lee Mclenny, pela alegada espionagem norte-americana à empresa estatal Petróleos de Venezuela SA (Pdvsa).

O documento foi entregue pelo vice-ministro venezuelano para as Relações Exteriores com a América do Norte e Europa, Alejandro Fleming, segundo anunciou o Ministério de Relações Exteriores da Venezuela através da sua conta na rede social Twitter.

Na quarta-feira a estação de televisão Telesul divulgou um documento com a classificação de “ultra secreto”, datado de março de 2011, sobre a alegada espionagem e que teria sido cedido pelo ex-analista de dados e ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), Edward Snowden.

O documento dá conta que a NSA e a Agência Central de Inteligência (CIA) espiaram, em 2010, as comunicações internas, telefonemas e correios eletrónicos de mais de 10 mil funcionários da Pdvsa, incluindo o seu ex-presidente, Rafael Ramírez, com acesso aos dados e palavras passe de 900 funcionários da empresa.

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Numa primeira reação à denúncia, o Presidente venezuelano Nicolás Maduro ordenou a revisão das relações bilaterais com os Estados Unidos.

“Ordenei que iniciemos uma revisão integral das relações com o Governo dos EUA”, disse durante um ato transmitido pela televisão estatal VTV.

Segundo Nicolás Maduro trata-se de uma “violação do direito internacional”, um “ataque em massa contra a indústria petrolífera” venezuelana “que não pode ser aceite”, pelo que o seu Governo “irá anunciar as decisões que irá tomar” até que “os EUA peçam perdão ao povo da Venezuela por este agravo cometido”.

O Presidente da Venezuela denunciou ainda que os EUA procuram “controlar” o petróleo venezuelano” para submeter a Venezuela.