A população da Crimeia está sem eletricidade desde a última noite devido à rutura total da energia vinda da Ucrânia, o que levou as autoridades a declararem o estado de emergência.

O ministro russo da Energia disse este domingo em comunicado que mais de 1,64 milhões de pessoas estão sem eletricidade e anunciou a instauração na península do estado de emergência.

A eletricidade vinda da Ucrânia para a península anexada o ano passado pela Rússia foi cortada na noite de sábado para domingo, pelas 00:25 hora local (22:25 em Lisboa), com o primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Axionov, a acusar a Ucrânia de estar na origem do problema.

Já o porta-voz do Ministério do Interior da Ucrânia confirmou que houve explosões nas linhas de alta tensão, mas garantiu no entanto que não sabem quem são os responsáveis e que o inquérito segue o seu curso.

Por seu lado, a empresa estatal ucraniana Ukrenergo publicou no seu portal na Internet imagens de postes de eletricidade derrubados e danificados, afirmando em comunicado que os danos sugerem “tiroteios ou utilização de engenhos explosivos”.

O responsável da empresa disse que as quatro linhas que fornecem eletricidade para a Crimeia “foram cortadas” e que de manhã tentaram restaurar a energia, mas sem sucesso, acrescentando que manifestantes impediram os técnicos de acederem aos postes.

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O deputado russo pró-Moscovo Frants Klintsevitch qualificou o corte de energia de “ato terrorista”, de acordo com agência de notícias RIA Novosti.

Anexada por Moscovo em março de 2014, a Crimeia depende da Ucrânia para o abastecimento de água, alimentos e, sobretudo, eletricidade.

Em dezembro, Kiev já tinha cortado a eletricidade várias vezes, de modo a pressionar as autoridades russas.

As linhas de eletricidade ainda deverão demorar alguns dias até serem completamente restauradas, pelo que hospitais e outras instituições consideradas “vitais” para a população serão ‘alimentados’ por geradores.