O papa Francisco pediu hoje aos mais de 150 líderes mundiais que participam na Cimeira do Clima (COP21), em Paris, que concentrem os seus esforços em “atenuar o impacto das alterações climáticas, combater a pobreza e favorecer a dignidade humana”.

“Pelo bem da casa comum, de todos nós e das futuras gerações, em Paris, cada esforço deveria estar dirigido a atenuar o impacto das alterações climáticas e, ao mesmo tempo, a combater a pobreza e a favorecer a dignidade humana”, disse Jorge Bergoglio, a partir da varanda do Vaticano, referindo-se à Cimeira do Clima (COP21), que decorre na capital francesa.

Declarações feitas depois da oração do Angelus, durante a qual o papa Francisco fez referência à sua encíclica ‘Laudato si’, sobre a proteção do meio ambiente.

“Sigo com atenção os trabalhos da conferência sobre o clima que está a decorrer em Paris e vem-me à mente uma pergunta que escrevi na encíclica ‘Laudato si’: Que tipo de mundo desejamos transmitir àqueles que vêm depois de nós, às crianças que estão a crescer”, questionou.

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Aproveitou igualmente para pedir à comunidade internacional que tenha “a coragem para defender sempre o bem maior para a totalidade da família humana”.

A Cimeira do Clima arrancou a 30 de novembro e nela participam mais de 150 líderes mundiais que, no fim de duas semanas de negociações, vão tentar alcançar um acordo universal para travar as alterações climáticas.

No seu discurso, o papa Francisco aproveitou também para pedir que as relações entre católicos e ortodoxos tenham sempre por base o respeito, o amor, o perdão e a convivência fraterna, já que a 08 de dezembro arranca o Jubileu Extraordinário da Misericórdia.

Um acontecimento que tem um significado especial já que celebra-se o quinquagésimo aniversário do fim do Concilio Vaticano II (1962 — 1965), que, na altura, resultou numa declaração comum entre o papa Paulo VI e o patriarca ecuménico Atenagora.

De acordo com o papa Francisco, esse “gesto histórico de reconciliação (…) criou as condições para um novo diálogo entre ortodoxos e católicos no amor e na verdade”, razão pela qual deve ser recordado antes do Jubileu da Misericórdia.

O discurso depois da oração do Angelus serviu ainda para recordar os sacerdotes franciscanos polacos Miguel Tomaszek e Zbigniew Strzalkowski e o diocesano italiano Alessandro Dordi, assassinados em 1991 pela organização terrorista Sendero Luminoso e convertidos nos primeiros beatos por martírio na história do Peru.

“Que a fé destes mártires na fidelidade a Jesus dê força a todos, mas especialmente aos cristãos perseguidos nas mais diversas partes do mundo, para dar testemunho com coragem do Evangelho”, disse o papa Francisco.

A cerimónia de beatificação decorreu no sábado, no estádio Centenário Manuel Rivera, na cidade de Chimbote, situada a cerca de 440 quilómetros a norte de Lima, capital do Peru, e pertencente à região de Ancash, onde foram mortos os três religiosos.

Cerca de 25 mil pessoas assistiram à missa solene, que esteve a cargo do cardeal italiano Angelo Amato, perfeito da Congregação para a Causa dos Santos, do Vaticano.