Foi a 5 de outubro que nasceu o segundo filho de Kim Kardashian West. Pouco tempo depois a socialite confessava no seu blogue a decisão de consumir a placenta, de forma a ganhar energia e a evitar a depressão pós-parto. Seguindo os passos de outras mães famosas, como a atriz January Jones ou a própria irmã Kourtney Kardashian, Kim escreveu sobre a ideia de ingerir a placenta na forma de uma cápsula, transformada em pó por uma empresa especializada:

“Quando estava grávida de North [a primeira filha] ouvi tantas histórias de mães que nunca comeram a placenta quando tiveram o primeiro bebé e que tiveram depressão pós-parto”, escreveu a estrela de televisão na respetiva página. “Mas quando tomaram as cápsulas na altura do segundo bebé não sofreram de depressão! Então pensei ‘porque não? O que tenho a perder?’.”

Numa tentativa de responder à pergunta de Kim Kardashian, o site noticioso Mic consultou uma obstetra do instituto Kaiser Permanente. Pratima Gupta, a médica, diz que talvez Kim Karsahian não esteja a correr qualquer risco, embora considere que consumir a placenta não é a melhor das ideias.

“Tanto quanto sabemos, não há quaisquer benefícios, mas também não há danos. Os supostos benefícios variam, com pessoas a dizer que notam menos propensão para a depressão pós-parto e que lhes dá mais energia”, diz Gupta, argumentando ainda que as hormonas que existem na placenta durante a gravidez estão sujeitas a desaparecer após o processo de encapsulamento.

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A médica acredita que é possível que as cápsulas de placenta tenham ferro, pelo que “muitos dos benefícios poderiam advir de suplementos de ferro”. Gupta não apoia o consumo da placenta até porque a preparação do órgão não é regulada e varia de empresa para empresa. “Como qualquer tecido médico, se não for preparado corretamente, o paciente pode adoecer caso haja algum tipo de infeção.”

O Mic lembra ainda que os estudos feitos sobre o assunto são, por enquanto, limitados e que a literatura recente não encontrou um verdadeiro consenso, existindo estudos contraditórios — enquanto um sugere que o órgão possa ter um composto com efeitos associados ao alívio da dor, outras pesquisas mostram a presença de substâncias nocivas, como o mercúrio. Talvez o melhor seja não correr riscos.