O aspirante a candidato democrata às presidenciais norte-americanas, Bernie Sanders, pediu desculpas à sua adversária Hillary Clinton por aceder a dados sobre simpatizantes do partido, recolhidos pela campanha da ex-primeira-dama.

“Sim, peço desculpa”, disse Bernie Sanders quando questionado por um moderador no terceiro debate das primárias do Partido Democrata em Manchester (New Hampshire) sobre se Hillary Clinton merecia um pedido de desculpas.

Sanders demitiu um funcionário por aceder aos dados recolhidos pela campanha de Clinton. O Comité Nacional Democrata anunciou que ira suspendeu temporariamente o acesso da campanha de Sanders à base de dados de eleitores do partido após ter sido descoberta a violação.

“Não só me desculpo perante Hillary Clinton, como também perante os meus simpatizantes. Esta não é a campanha que queremos fazer e se qualquer outra pessoa da minha campanha fizer o mesmo, será despedida”, afirmou Sanders.

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“O nosso pessoal fez algo errado. Isso é um problema e eu reconheço-o como um problema”, afirmou Sanders, que hoje propôs à ex-primeira-dama levar a cabo “uma investigação independente” em conjunto para resolver o problema.

O Comité Nacional Democrata reviu a sua posição esta noite e restaurou o acesso de Sanders a uma lista de moradas, telefones e outros dados sobre possíveis votantes democratas de todo o país, que este organismo do partido elabora para os seus candidatos e nos quais os aspirantes à Casa Branca acrescentam os seus próprios dados, sem que os outros possam aceder.

A situação favoreceu a campanha de Sanders, que desde sexta-feira conseguiu arrecadar mais de um milhão de dólares, segundo disse hoje uma pessoa próxima da campanha do senador, em declarações sob anonimato ao jornal Washington Post.

O incidente aconteceu um dia antes do último debate do ano entre os democratas em New Hampshire, um estado chave, à semelhança do Iowa, nas eleições presidenciais, por serem os estados onde se elegem os primeiros delegados que selecionam o candidato presidencial na convenção nacional do partido.

“Aprecio muito as suas desculpas”, respondeu Hillay Clinton, que perante as questões dos jornalistas disse que o debate “devia seguir em frente” para que os norte-americanos pudessem ouvir uma discussão sobre os temas que terão impacto nas suas vidas.

Sanders, senador independente pelo Vermont que se define como um “socialista democrático”, pediu menos mediatismo para os problemas de Clinton com os seus “malditos ’emails'”.

A polémica sobre as mensagens de correio eletrónico começou no início do ano, quando Hillary Clinton se preparava para lançar a sua candidatura presidencial e a imprensa revelou que tinha utilizado a sua conta de e-mail privada para assuntos de interesse nacional durante o período em que foi secretária de Estado (2009-2013).