“Nesta edição o objetivo é a vitória. Sei que será muito difícil, pois nunca é fácil ganhar um Dakar. É algo que eu desejo muito, a equipa está coesa e trabalhámos imenso. Espero que seja o nosso ano. É a única vitória que me falta depois de muitos anos a competir”, começou por dizer o piloto português, na conferência de imprensa de apresentação da participação na próxima edição do Dakar.

Paulo Gonçalves, que este ano renovou a parceria com o Benfica, destacou a importância de estar associado ao clube de Lisboa, uma vez que valorizou o motociclismo e o tornou mais conhecido entre o público.

“É para mim um enorme orgulho contar com o apoio do Benfica. Iniciámos há um ano esta parceria muito produtiva e fui vice-campeão do Dakar. É bom estar associado a um clube desta dimensão, com seis milhões de adeptos. Em termos práticos, ganhei mais seguidores e noto que as pessoas passaram a acompanhar a modalidade”, enalteceu.

Sobre sentir-se favorito a vencer a prova, o ‘motard’ português assumiu com naturalidade a luta pelo primeiro lugar, mas alertou para as dificuldades que poderão surgir. “Sou segundo classificado e o número um não estará presente. Terei que, humildemente, assumir essa candidatura à vitória. Estarão outros pilotos que irão lutar pelo primeiro lugar, incluindo os portugueses. A entrega terá que ser total e espero fazer uma corrida ao meu ritmo, sem azares e contratempos”, destacou.

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Quanto ao tipo de preparação que é feita para uma prova muito desgastante e dura, o piloto da Honda HRC afirmou estar a trabalhar para se adaptar às adversidades que vai encontrar, nomeadamente o clima e a composição da moto.

“Estarei a 4.000 metros de altitude e com temperaturas acima dos 40 graus ao longo da prova. Estou a fazer trabalho de adaptação, de climatização, pois a corrida terá partes bastante difíceis. A preparação faz-se durante o ano. A equipa disputa vários ralis e chego ao final com 15.000 quilómetros feitos. É claro que também fazemos alguns testes para melhorar alguns detalhes técnicos na nossa moto. O grande trabalho deste ano foi impermeabilizar para competirmos debaixo de água e tentar passar ao lado dos problemas. A moto é super rápida a nível de motor e temos tido excelentes indicadores. Demos no nosso melhor na preparação para vencer”, explicou.

Por fim, Paulo Gonçalves elogiou a qualidade e experiência dos outros dois pilotos portugueses, Ruben Faria e Hélder Rodrigues, que também irão participar na competição, esperando uma consagração lusa. “Tanto o Ruben como o Hélder já conseguiram lugares no pódio e é sempre bom ter três portugueses no Dakar. Será a nossa décima participação e vou usar essa experiência em meu proveito, como uma vantagem. Nenhum de nós ainda venceu, mas esperamos que esta edição seja a do português, preferencialmente da Honda. O meu colega de equipa [Joan Barreda] também é muito bom, muito rápido e vamos tentar trazer espetáculo. Espero estar à altura do desafio, entregar-me à luta e dar o meu melhor. Será um Dakar muito competitivo e de indefinição até final. Que a vitória nos sorria”, concluiu.

A edição 2016 da prova ‘rainha’ de todo-o-terreno decorrerá na América do Sul, Argentina e Bolívia, entre os dias 03 e 16 de janeiro.