O défice orçamental das administrações públicas fixou-se em 4.843,7 milhões de euros até setembro, ou seja, 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados esta quarta-feira divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O desvio calculado pelo INE fica praticamente em linha com os 3,7% estimados pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), que funciona no âmbito da Assembleia da República, e compara com os -8,9% do PIB em igual período do ano passado, -5,1% excluindo a capitalização do Novo Banco.

Para o período de julho a setembro, as contas do INE indicam que a necessidade de financiamento das Administrações Públicas (AP) reduziu-se, passando de 6,4% do PIB no ano acabado no 2º trimestre de 2015 para 3,2% no ano acabado no 3º trimestre de 2015. «Esta redução do saldo em 3,2 p.p. do PIB reflete sobretudo o efeito base associado ao registo da capitalização do Novo Banco como transferência de capital no 3º trimestre de 2014».

Refletindo o efeito simétrico, a capacidade de financiamento do setor das Sociedades Financeiras diminuiu de 5,1% para 2,6% entre os mesmos dois períodos.

Poupança corrente da economia aumentou

De acordo com o relatório que apresenta as ‘Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional’, a poupança corrente da economia aumentou no 3º trimestre em consequência do crescimento do rendimento disponível da nação ligeiramente superior ao aumento da despesa de consumo final da economia. Este aumento foi compensado pela redução do saldo das transferências de capital pelo que a capacidade de financiamento da economia se manteve em 1,3% do PIB.

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A capacidade de financiamento das Famílias diminuiu para 1,3% do PIB no ano acabado no 3º trimestre de 2015 (menos 0,6 p.p. que no trimestre anterior).

A taxa de poupança fixou-se em 4,0% (redução de 0,8 p.p. face ao trimestre precedente), traduzindo os efeitos conjugados do aumento do consumo privado e da ligeira diminuição do rendimento disponível das Famílias (variações de 0,8% e -0,1%, respetivamente).

A capacidade de financiamento das Sociedades Não Financeiras estabilizou em 0,6% do PIB, tal como a taxa de investimento deste setor (20,4% do PIB).