Os dois suspeitos de planearem um ataque em “locais emblemáticos” de Bruxelas no ano novo vão comparecer na quinta-feira a um tribunal de primeira instância, tendo um dos homens, através do seu advogado, negado hoje qualquer envolvimento.

A imprensa belga indicou que Said Souati, 30 anos, é considerado recrutador e líder do grupo de motociclistas ‘Kamikaze Riders’, além de ser um “conhecido pregador radical”.

Este habitante de Anderlecht, uma das comunas de Bruxelas, foi condenado a seis anos de prisão por envolvimento em roubos de restaurantes entre 2008 e 2009.

No mandato para a sua prisão constavam acusações de ameaças de ataques, participação em atividades de um grupo terrorista enquanto dirigente e recrutamento para ações terroristas, como autor e coautor.

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Mohamed Karay, de 27 anos, através do seu advogado, contestou as acusações e negou ser radicalizado e garantiu não ter antecedentes criminais.

Também originário de Anderlecht, o homem foi detido na sua casa, onde foi encontrado material do grupo extremista Estado islâmico e equipamento de Airsoft, um desporto que envolve o uso de réplicas de armas de guerra e camuflagem.

Karay foi colocado sob prisão devido a ameaças de ataques e participação em atividades de um grupo terrorista, como autor ou coautor.

Nas operações não foram encontradas quaisquer armas.

A Procuradoria belga divulgou terça-feira a detenção de seis pessoas, quatro das quais foram libertadas, no quadro de uma investigação que revelou “ameaças sérias de atentados em locais emblemáticos de Bruxelas durante as festas de fim de ano”.

A imprensa local relatou uma “operação antiterrorista discreta, mas importante” realizada nos últimos dias, em Bruxelas, na região de Liège e na província Brabante flamenga.

Para tomar a decisão de manter, ou não, os festejos do final de ano no centro de Bruxelas, o presidente daquela comuna, Yvan May, pediu ao Órgão de Coordenação para a Análise de Ameaças (OCAM, em francês) um parecer e que deve ser feito esta tarde.

A Bélgica mantém o nível 3 de alerta, que inclui uma vigilância maior em ocasiões de concentração de pessoas, tendo o último Conselho de Ministros decidido prolongar a presença de militares nas ruas até 20 de janeiro.

Nas esquadras policiais o nível foi aumentado, até 04 de janeiro, por terem sido apontadas como possíveis alvos de ataques.

A organização responsável pela análise de ameaças não defendeu o aumento generalizado do alerta por “não ser iminente” um ataque, mas sim “uma possível e credível ameaça, ao mesmo estilo dos ataques em Paris”.