Luís Marques Mendes afirma que o manifesto sobre a morte assistida em Portugal, que juntou figuras de relevo da sociedade, “é bom” já que não deve haver tabus em democracia, mas defende a realização de um referendo para decidir sobre este tema. Sobre o Orçamento do Estado, o social-democrata afirma que o PS é o único que não se revê no documento final entregue na Assembleia da República depois da introdução das exigências de Bruxelas e dos partidos à esquerda.

“No momento em que o debate esteja feito e haja decisão, seria positivo que a decisão fosse feita com o povo português e não pelos deputados da Assembleia da República”, sugeriu esta noite Marques Mendes sobre a eutanásia, ou morte assistida, no seu espaço de comentário habitual na SIC. O antigo líder do PSD afirma que esta é uma matéria que divide a sociedade – à semelhança do que aconteceu com o aborto” – e os próprio partidos e que será sempre mais fácil para quem discorda da decisão aceitar se a palavra final for de todos os portugueses. Mendes não deu a sua opinião pessoal sobre o tema.

Sobre o Orçamento do Estado, o comentador disse o défice apontado de 2,2% é positivo, assim como a reposição dos salários dos funcionários públicos, no entanto, afirmou que havia alternativa ao aumento de impostos, com uma reposição faseada, tal como o PS antevia no seu programa de Governo. “Este OE é uma manta de retalhos. O PSD e o CDS devem estar mais felizes com a redução do défice, a esquerda com a reposição dos salários, o único que não se consegue rever no orçamento é o PS”, declarou Marques Mendes, indicando que Costa foi obrigado pelo PCP e pelo BE a “uma reposição mais rápida dos rendimentos”.

Mendes deixou ainda críticas à direita pelas intervenções dos dirigentes do PSD e sobre o CDS antes das negociações terminarem com Bruxelas. “Mostraram que estão ressabiados”, afirmou. Sobre a recandidatura de Passos Coelho, à liderança do PSD, o comentador afirmou que o partido precisa de uma nova agenda e de “renovar caras”, avisando que a prova dos nove vai acontecer quando o PS tiver de entregar a Bruxelas o Programa de Estabilidade e tiver problemas graves com os seus parceiros à esquerda. Qual será a posição do PSD, questiona Mendes.

A TAP também mereceu o comentário de Marques Mendes, que afirmou que os privados podem agora partilhar risco e divisão de responsabilidades com o Estado “não é má solução”. “Compraram a paz”, conclui Mendes, indicando ainda que o Governo usou a TAP como operação de marketing para desviar as atenções do orçamento.

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