Os programas de assistência à Grécia e a Chipre, um praticamente no início e outro no final, vão dominar a reunião dos ministros das Finanças da zona euro, que se realizará esta segunda-feira, em Bruxelas.
Os ministros vão passar em revista o processo de políticas orçamentais dos países do euro e, nesse sentido, é provável que haja uma declaração após uma análise à execução dos projetos de orçamento para 2016 apresentados em outubro pelos Estados-membros, mas não haverá qualquer novidade em relação a Portugal, que só em fevereiro apresentou o seu plano orçamental para o ano em curso, “validado” na anterior reunião do Eurogrupo.
Novidade será o facto de esta ser a última reunião do Eurogrupo antes que Chipre dê por concluído, no final do mês, o seu resgate, que se prolongou por três anos, e que implicou a execução de um programa de ajustamento em troco de uma assistência de cerca de 10 mil milhões de euros.
Tal como os últimos países a concluírem programas de assistência externa, casos de Irlanda e Portugal, também Chipre deverá poder anunciar a chamada “saída limpa”, ou seja, sem qualquer outra medida de apoio para regressar aos mercados.
Diferente é o caso da Grécia, que negoceia ainda com os seus credores as medidas pendentes necessárias, sobretudo no campo do ajustamento orçamental e reforma do sistema de pensões, com vista à conclusão bem-sucedida da primeira revisão do seu terceiro “resgate”, iniciado no ano passado.
Portugal, que estará representado na reunião pelo ministro Mário Centeno, não estará desta feita na agenda, depois do intenso processo negocial em torno do projeto de orçamento para 2016 que recebeu finalmente “luz verde” de Bruxelas a 05 de fevereiro, mas na terça-feira voltará a ser alvo de análise do executivo comunitário, que vai tomar decisões sobre os procedimentos por desequilíbrios macroeconómicos que tem em curso relativamente a vários Estados-membros, incluindo Portugal.
Correção: Neste texto foi erradamente indicado que o valor do resgate a Chipre tinha sido de 100 mil euros, mas foi de 10 mil milhões de euros.