O eurodeputado socialista Francisco Assis esteve com o Presidente da República nos últimos dias, em Estrasburgo, e mostra-se satisfeito com o “tom” de Marcelo Rebelo de Sousa e acredita que foi estabelecido um “limite” para Portugal em termos europeus que é: “A opção primordial pela Europa não pode ser posta em causa”.

Num artigo de opinião no jornal Público, o socialista – que se opôs à atual solução governativa, apoiada nas forças de esquerda – diz que a intervenção de Marcelo veio balizar aquela que deve ser a posição portuguesa no espaço europeu e que passa por não romper com os compromisso europeus. O socialista diz que o chefe de Estado teve “o cuidado de informar dos deputados europeu da natureza pró-europeísta do Governo atualmente em funções” e assinala mesmo que o Presidente “fê-lo com a subtileza devida, evitando uma formulação ostensiva que poderia ter o efeito de, paradoxalmente, penalizar a imagem do governo de António Costa. Usou aliás de tal subtileza que ao falar dos partidos de extrema-esquerda que integram a atual maioria parlamentar quase os incluiu num consenso europeu que eles manifestamente rejeitam”.

Por muito novo que seja este tempo, e por muito extasiados que andem os sapadores dos novos caminhos da história nacional, a opção primordial pela Europa não pode ser posta em causa”

O socialista diz mesmo que Marcelo, “ao agir desta forma” “fornece uma garantia à Europa e estabelece um limite em Portugal” e avisa que quem o contestar “contará com a oposição declarada do Presidente da República”. E ironiza para rematar com o que interpretar ser o objetivo das palavras do Presidente: “Por muito novo que seja este tempo, e por muito extasiados que andem os sapadores dos novos caminhos da história nacional, a opção primordial pela Europa não pode ser posta em causa”. Para Assis, com esta posição, “Marcelo Rebelo de Sousa ocupou o centro do país, seja num sentido ideológico, seja numa perspetiva social e política” e marca mesmo os elogios que o Presidente deixou a “aspetos nucleares da governação anterior”, saudando “a valorização do incremento do mercado interno como fator propiciador de crescimento económico”, defendida por António Costa.

O elogio à intervenção do Presidente em Estrasburgo vai mais além, com Assis dizer mesmo que “o país precisava deste tipo de voz alheia a qualquer rancor, despojada de proclamações sectárias, adversa a confrontações perigosas. Uma voz serena mas ao mesmo tempo clara e exigente”.

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