A Noruega criou uma força especial do exército onde todos os membros são mulheres. A Jegertroppen é um ramo das forças armadas que faz reconhecimento do terreno e é pioneiro por ser composto exclusivamente por recrutas do sexo feminino, conta a BBC Mundo.
Esta equipa foi criada para colmatar uma falha que existia no sistema de admissão e que barrava a entrada a muitas mulheres. Os critérios de avaliação eram demasiado centrados nas capacidades físicas e as mulheres tinham grande dificuldade em combater com os homens neste campo. Assim, o nível de exigência física para a Jeggertroppen é mais justo para as mulheres, visto que estão a competir com iguais. Algumas das recrutas que fazem agora parte da unidade já tentavam há anos entrar para o exército, mas falhavam sempre os testes de aptidão física.
O exército norueguês considerava, no entanto, que era essencial ter mulheres nas fileiras do exército. Muitas das missões passam-se em ambiente urbano e em contacto com a população e, em sítios como o Afeganistão, a presença de mulheres é essencial para chegar à população feminina.
Mas desengane-se quem pensa que as recrutas tiveram o caminho facilitado. O processo de seleção é igualmente intenso, mas adequado às capacidades físicas das mulheres. As 14 mulheres que integram agora este ramo especial foram selecionadas de entre 196 candidatas. O programa começou em 2015 e só 17 pessoas é que o completaram.
Por enquanto ainda não fizeram nenhuma missão no campo, mas espera-se que, em breve, seja preciso a sua atuação junto a populações civis em zonas de conflito. Esta unidade é especializada em missões de reconhecimento e o intenso ano de treinos deixou a equipa preparada e altamente motivada para passar ao ativo.
O comandante da missão acredita que a equipa que lidera tem mostrado resultados muito bons e é muito respeitada pelos seus pares de outras unidades. Entre as qualidades que estas mulheres têm para oferecer ao exército, realça a dedicação e humildade. Acrescenta ainda que são muito meticulosas nas suas tarefas.
