Atualmente há nove candidatos à posição de secretário-geral da ONU e entre eles está António Guterres, antigo primeiro-ministro e ex-Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados. Mas o número pode aumentar já nas próximas semanas com candidatos de peso da Argentina, Eslovénia, Austrália e até uma comissária europeia a poderem entrar na corrida para baralhar as hipóteses de o português chegar ao cargo de topo da ONU. Uma nova ronda de audições para os novos candidatos vai acontecer a 7 de junho, em Nova Iorque.

Quantas pessoas querem o lugar de secretário-geral da ONU? Muitas. Apesar de já haver nove candidatos, nos próximos dias deverão chegar novas candidaturas à sede da organização, em Nova Iorque. Susana Malcorra é ministra dos Negócios Estrangeiros da Argentina e, caso avance com a sua candidatura, é a primeira nomeação da América do Sul. Esta candidatura estará dependente de consultas com o presidente argentino, Mauricio Macri. Malcorra é profunda conhecedora do sistema das Nações Unidas, tendo sido nomeada em 2012 como chefe de gabinete de Ban Ki-Moon.

Os 25 anos de experiência no setor empresarial, tendo estado à frente de empresas como a IBM ou Telecom Argentina, terão feito dela uma mulher prática e pragmática, segundo indica o El País. Essa é uma característica que está mostrar-se na condução da política externa do seu país, e, apesar de estar há poucos meses no seu cargo, Malcorra já se deslocou ao Reino Unido, referindo que as Ilhas Malvinas, um confronto aberto entre os dois países, já não é a única prioridade da política externa da Argentina, explicou ao Financial Times. Investimento e comércio são os novos motores do seu ministério.

Outro nome que está prestes a entrar na corrida é Miroslav Lajčák, ministro dos Negócios Estrangeiros da Eslováquia. A sua candidatura será apoiada pelos quatro partidos que sustentam o Governo eslovaco e no manifesto desta coligação está previsto que o executivo apoiará “todas as candidatura da Eslováquia às estruturas da ONU e outras organizações internacionais”. Questionado pelo Euroactiv na semana passada, Ivan Korčok, secretário de Estado dos Assuntos Europeus da Eslováquia, disse que Lajčák está a considerar “ativamente” e “intensamente” a sua candidatura.

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Já esta semana, o Politico Europe indicou que Kristalina Georgieva, comissária europeia responsável pelo Orçamento e pelos Recursos Humanos, ainda pode entrar na corrida apesar de o seu próprio país, a Bulgária, já ter escolhido uma candidata, Irina Bokova. Esta seria uma candidatura com o apoio de vários países de Leste, que estão descontentes com o grande número de candidatos da região. Alguns países entendem que ao dispersar esforços, esta região não se está manter unida e não tem um candidato principal, abrindo espaço a candidatos de outras regiões como Helen Clark, antiga primeira-ministra da Nova Zelândia e António Guterres.

Georgieva elaborou um relatório no ano passado sugerindo como reformular o financiamento à ajuda humanitária. Antes de ir para Bruxelas e integrar a Comissão Europeia, primeiro com Barroso e depois com Juncker, Georgieva esteve 20 anos no Banco Mundial onde construiu uma rede invejável de contactos. Apesar de o seu próprio país não a ter nomeado – causando problemas na vida política da Bulgária –, a possível candidatura de Georgieva não está posta de lado, já que outro Estado pode avançar com o seu nome.

Há ainda mais um candidato que poderá estar a considerar a corrida a secretário-geral da ONU. É Kevin Rudd, que foi duas vezes primeiro-ministro da Austrália. O Partido Trabalhista, do qual Rudd faz parte já apoiou a sua candidatura e pediu ao atual Governo – uma coligação entre os liberais e os nacionalistas – para apoiar o antigo chefe do executivo, segundo o The Australian.

Contando com estas novas candidaturas – que têm de chegar através de carta oficial enviada por um Estado que pertença à ONU -, a Assembleia Geral está já a preparar uma nova ronda de audições, similares às que aconteceram entre 12 e 14 de abril. Esta nova ronda vai acontecer a 7 de junho, em Nova Iorque e apenas vão participar os novos candidatos, segundo o Observador apurou junto de fonte oficial das Nações Unidas.