Pouca sensibilidade dos gestores de topo (80,6%), falta de recursos financeiros e inexistência de recursos humanos qualificados (56.5%). São estes os principais obstáculos à inovação nas empresas que operam em Portugal, concluiu o primeiro Barómetro de Inovação Empresarial, promovido pela Improve (empresa portuguesa que atua na área da inovação) e pela Spirituc – Investigada Aplicada.

“Com este estudo, percebemos que as empresas portuguesas valorizam a inovação e pretendem ter informação sobre ideias e projetos inovadores mas ainda assim não apostam na inovação devido a questões como a mentalidade do top management, a falta de recursos financeiros a pouca preparação dos seus recursos humanos. Ou seja as empresas portuguesas têm um destino, mas não sabem como lá chegar”, afirma Renato Póvoas, diretor-geral da Improve, em comunicado.

Na hora de inovar, 80,6% dos inquiridos afirma que o principal aspeto a ter em conta são os recursos disponíveis na empresa, seguidos do percurso que está previsto a longo prazo (59,7%) e o grau disruptivo da inovação (56,5%). Quase todos (98,4%) afirmaram que estão atentos a macrotendências, tendências, modas e modismos quanto a fontes de informação, que se baseiam sobretudo na internet (41,9%) e nas publicações de especialidade (30,6%).

Para 79% dos inquiridos, os líderes são os principais responsáveis pela cultura de inovação que se vive nas organizações, sendo que os principais objetivos das empresas que inovam passam sobretudo por criar vantagem competitiva (98,4%), por aumentar a faturação e rentabilidade do negócio (80,6%) e por definir o posicionamento da empresa no mercado (72,6%).

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Já os colaboradores são as principais fontes de ideias e inovação em 95,2% das empresas inquiridas. Os clientes representam 74,2% e a concorrência 59,7%. Os departamentos de Investigação & Desenvolvimento das empresas aparecem depois com 48,4% das respostas.

No geral, entre as empresas portugueses, não existem incentivos ou recompensas para premiar a inovação (69,4%) e também não são utilizadas estratégias para “desbloquear” a inovação (51,6%). Participaram no estudo altos quadros de empresas que atuam em áreas como a alimentar, farmacêutica ou consultoria.

Quando o assunto é a empresa mais inovadora a atuar em Portugal, lê-se no estudo que houve “uma enorme dispersão de respostas e uma enorme taxa de não resposta, o que acaba por se traduzir em respostas efetivas com pouca relevância estatística”. Contudo, foi identificada “alguma predominância de respostas em torno de empresas de telecomunicações”, sendo a mais significativa a Meo (9,7%). Seguiu-se a Nos e a Vodafone, com 4,8%.