A China denunciou “provocações” norte-americanas nas disputas territoriais no Mar do Sul da China, e advertiu que não terá receio de enfrentar “problemas” naquela zona. Em resposta, John Kerry, secretário de Estado norte-americano, advertiu contra a criação, por Pequim, de uma zona de identificação de defesa aérea na disputada zona do Mar do Sul da China, durante uma visita à Mongólia.

“Os países estrangeiros devem ter um papel construtivo sobre esta questão, não o inverso. A tensão no Mar do Sul da China tem-se agravado por causa das provocações de alguns países, que perseguem os seus interesses egoístas”, disse o almirante Sun Jianguo, durante uma cimeira sobre segurança em Singapura.

Sun falava um dia depois de o secretário da Defesa norte-americano, Ashton Carter, ter avisado que a construção pela China de um posto avançado numa ilha designada pelas Filipinas como zona económica exclusiva iria “desencadear ações” pelos Estados Unidos e outros países. “Nós não causamos problemas, mas não temos medo dos problemas”, disse o almirante Sun Jianguo.

Segundo informou em abril a imprensa de Hong Kong , o ‘gigante’ asiático estabelecerá um posto em Scarborough Shoal, um território situado a 230 quilómetros da costa filipina.

Já Kerry alega que a China está a destabilizar aquela região do mundo. “Nós iríamos considerar uma zona de identificação de defesa aérea (ADIZ, na sigla inglesa) sobre grandes áreas do Mar do Sul da China como um ato provocador e desestabilizador que elevaria automaticamente as tensões“, disse John Kerry, numa conferência de imprensa em Ulan Bator, capital da Mongólia. “É fundamental que nenhum país tome medidas unilaterais para militarizar a região“, acrescentou.

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Em fevereiro de 2013, Pequim anunciou unilateralmente a criação de uma “zona de identificação de defesa aérea” por cima de uma grande parte do Mar da China Oriental, zona que engloba as ilhas Senkaku, um arquipélago administrado pelo Japão, mas reivindicado pela China sob o nome de Diaoyu.

Esta iniciativa provocou uma tempestade diplomática, com reações hostis de vários países da região Ásia-Pacífico, onde as ambições marítimas da China inquietam cada vez mais.

As novas regras ditadas por Pequim implicam que os aviões que queiram passar na zona comuniquem o plano de voo, divulguem a sua nacionalidade e permaneçam em contacto rádio com as autoridades chinesas.