Portugal “atravessa um processo de retoma que ainda está na infância”, disse esta segunda-feira o ministro das Finanças português, Mário Centeno. A partir de Nova Iorque, Centeno sublinhou contudo que “a estabilidade política é uma garantia”.

“A retoma é tímida, muito recente e segue-se a um período de ‘performance’ muito fraco no segundo semestre de 2015”, acrescentou o ministro.

O ministro participava num jantar que encerrou um fórum internacional sobre Portugal e as relações económicas com os Estados Unidos. O encontro reuniu cerca de 110 investidores, empresários, responsáveis políticos e economistas no Harvard Club, em Manhattan.

Para o encontro, Centeno levou a mensagem de que “Portugal é um ambiente estável para os investidores”, que “a reforma da administração pública está a avançar” e que “o plano nacional de reformas terá os resultados previstos”.

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“A estabilidade política é uma garantia em Portugal. Não temos as ameaças da extrema-esquerda ou direita, como em outros países, e há um diálogo permanente com os parceiros sociais”, explicou o ministro.

Durante o evento da Câmara Luso-Americana de Comércio, que contou com o apoio da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), o ministro disse que “depois de seis meses, já é possível desfazer algumas das ideias feitas que existiam no inicio” sobre o Governo do Partido Socialista.

“Estamos comprometidos em conquistar capital [de confiança] junto das instituições da União Europeia. Não estamos a desvalorizar riscos ou ignorar a dívida. Estamos a ser cautelosos e estamos atentos a riscos externos e internos”, disse Centeno.

Aos investidores presentes, o ministro garantiu ainda que “a execução orçamental está a ser rigorosamente cumprida”, com “um controlo muito rigoroso da despesa” e que em alguns pontos, como na cobrança fiscal, “está acima do previsto no orçamento.”

Falando dos cerca de 250 mil jovens que abandonaram o país nos últimos anos, Centeno disse que “o Governo quer criar as condições para que tomem uma decisão informada sobre onde querem ficar e quer que esse lugar seja Portugal.”

“Temos uma população jovem muito bem formada, a par dos mais altos ‘standards’ internacionais, e precisamos arranjar lugar para ela no mercado de trabalho. É também por isso que o investimento internacional, de empresas maduras e bem organizadas, é tão importante”, explicou.

Na terça-feira, Centeno participa nos Pan European Days, uma iniciativa da Bolsa Portuguesa que promove cerca de uma centena de encontros em Boston e Nova Iorque entre empresas do PSI20 (principal índice da Bolsa de Lisboa) e investidores, além de um conjunto de palestras.