Foram precisos dois anos para a Polícia Judiciária chegar à verdadeira identidade dos cinco suspeitos. Todos eles, entre os 25 e os 28 anos, tinham o corpo moldado por muitas horas de ginásio e antecedentes criminais por agressão. São suspeitos de, naquele dia de 2014, espancarem Carlos (nome fictício), sequestrá-lo na bagageira do carro e abandoná-lo num local isolado. Estão neste momento a ser interrogados por um juiz de instrução criminal.

Segundo fonte da PJ, o caso aconteceu em 2014. A vítima, de 40 anos, tinha feito um negócio com um dos agressores — que a PJ não especifica, mas que garante ter sido legal. O agressor sentiu-se enganado e marcou encontro com o vendedor.

Carlos não foi sozinho. Pediu a um amigo para ir consigo, mas quando chegou ao local combinado eram cinco os homens que os esperavam. As palavras foram poucas. Os cinco começaram a espancar Carlos e obrigaram o seu amigo a fugir a pé, sem se atrever a denunciá-los. “Foi uma violência extrema por uma banalidade”, descreve a mesma fonte.

Depois de o espancarem com violência e com as próprias mãos e pés, os suspeitos enfiaram a vítima na bagageira do carro e conduziram durante cerca de meia hora até chegarem ao local que acharam perfeito. Um sítio isolado. Deixaram-no sem qualquer pertence, nem dinheiro, nem telemóvel. E fugiram.

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“Esta ação veio a causar sofrimento, medo e pânico nas vítimas e foi determinada por sentimentos de mera vingança pessoal”, lê-se no comunicado da PJ.

Carlos conseguiu arrastar-se o mais possível, ferido. Até encontrar alguém e pedir socorro. A violência da agressão obrigou a internamento hospitalar e as autoridades foram logo informadas de que, por trás, estaria um crime.

Nos últimos dois anos, elementos da Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT), da PJ, cruzaram informações e provas até chegarem aos cinco suspeitos. Encontraram-nos na terça-feira e levaram-nos ao juiz de instrução criminal para aplicação de medida de coação esta tarde de quarta-feira. Os cinco suspeitos têm já antecedentes criminais por agressão.