O Governo continua em negociações com a Comissão Europeia e o ministro das Finanças reuniu-se esta quinta-feira, à margem do Eurogrupo, com os comissários europeus Valdis Dombrovskis e Pierre Moscovici, avançou Mário Centeno, que pediu ainda para que a Caixa Geral de Depósitos seja mantida fora do debate partidário.

Mário Centeno, que falava aos jornalistas após o Eurogrupo que decorreu esta quinta-feira no Luxemburgo, explicou que o Governo tem estado em comunicação permanente com a Comissão Europeia e que, hoje mesmo, teve reuniões bilaterais com os dois comissários europeus responsáveis pelas questões orçamentais para trocar impressões sobre a situação portuguesa.

“A situação portuguesa neste contexto é uma situação em que estamos em comunicação permanente com a Comissão Europeia. Tivemos reuniões bilaterais hoje com a Comissão Europeia, seja com o senhor comissário [para os Assuntos Económicos, Pierre] Moscovici seja com o senhor comissário [e vice-presidente para o Euro, Valdis] Dombrovskis. Tivemos oportunidade de trocar impressões sobre aquilo que é a situação económica e financeira em Portugal, em particular sobre aquilo que é a situação orçamental, com os números que têm vindo a ser publicados relativamente ao défice”, afirmou.

O governante admitiu que a meta do défice do Governo para este ano, de 2,2% do PIB, é “muito exigente”, mas garantiu o empenho do Governo e que este irá cumprir os seus compromissos: “pensamos que Portugal está no bom caminho, é essa a direção que o Governo sempre quis. Temos compromissos internos e externos e vamos cumpri-los de forma bastante estrita”.

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Mário Centeno disse que não discutiu sanções com os dois comissários, que está apenas focado nos dados e que a execução orçamental dá razão ao Governo: “temos objetivos que são exigentes, mas os dados orçamentais de que dispomos mostram que este é o ano da melhor execução orçamental da última década e meia”.

Caixa fora da luta partidária

Mário Centeno deixou ainda recados na questão da Caixa Geral da Depósitos, depois de o PSD ter anunciado a intenção de avançar com uma comissão parlamentar de inquérito potestativo. O ministro diz que a questão da Caixa Geral é muito importante para ser alvo de luta partidária e que até tem incluído os partidos nesta discussão.

“Interessa a todo o país e deve ser mantido fora da luta partidária, é muito importante que entendamos isto e que não façamos de situações que são muito importantes e muito relevantes para a economia portuguesa aquilo que temos vindo a observar”, afirmou, acrescentando que o Governo tem lidado com o dossiê “da forma mais institucional possível” e que “todos os partidos foram informados de todas as decisões que foram tomadas até agora”.