O presidente executivo da EDP admitiu esta quinta-feira que o projeto eólico offshore (em mar) em curso na Escócia possa sofrer atrasos, na sequência do Brexit como ficou conhecido a saída do Reino Unido da União Europeia.

“No projeto da Escócia poderá haver adiamentos sobre o lançamento do concurso no qual continuamos interessados. Sempre investimos libras para receber libras”, afirmou esta quinta-feira António Mexia, quando questionado sobre o impacto do Brexit para o grupo.

Em declarações aos jornalistas, à margem da conferência ‘O Futuro da Energia’, o presidente da EDP adiantou que “o projeto está à espera de uma decisão política”, restando “esperar”.

“Temos o processo todo pronto. É um projeto grande e competitivo em offshore. Neste momento temos que esperar”, declarou.

A EDP Renováveis detém 100% do capital da Moray Offshore Renewable, projecto eólico offshore que prevê a construção e operação de 1.116 MW, potência suficiente para abastecer cerca de 700 mil habitações.

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Em fevereiro, a EDP Renováveis anunciou a aquisição da participação de 30% que a Repsol detinha no projeto da Escócia, ficando detentora de 100% do projeto eólico, incluído no pacote de parcerias internacionais com o acionista China Three Gorges.

António Mexia realçou que “a Inglaterra é de uma forma clara um dos países da Europa que mais precisa de investimento na energia e era o país que estava a dar sinais claros na mudança das regras de jogo para que existam investimentos no setor”.

“A Inglaterra estava na linha da frente no contributo de não adiar os investimentos necessários”, acrescentou.

Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido deve sair da União Europeia, depois de o ‘Brexit’ (nome como ficou conhecida a saída britânica da União Europeia) ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira.

Logo na sexta-feira, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou a sua demissão, com efeitos em outubro, e os líderes da UE defenderam uma saída rápida do Reino Unido.