Catorze anos depois, o encenador alemão Thomas Ostermeier está de regresso ao Festival de Almada com as peças “A gaivota” e “Susn”, do dramaturgo russo Tchekov e do alemão Herbert Achternbusch.

“A gaivota”, numa adaptação do encenador nascido em 1968, é representada este domingo, às 21h30, na sala principal do Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, enquanto “Susn”, do cineasta e dramaturgo bávaro, nascido em 1938, subirá ao palco do Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém (CCB), na quinta-feira, às 21h00.

Na encenação de “A gaivota”, Thomas Ostermeier, vencedor do Prémio Europa – Novas Realidades Teatrais em 2000 e do Leão de Ouro que a Bienal de Veneza lhe atribuiu em 2011, continua a revelar-se um “feroz opositor ao teatro pós-moderno e aos seus epígonos e teorizadores”, segundo a organização do festival, promovido pela Companhia de Teatro de Almada.

Embora nos últimos anos, o trabalho do encenador alemão revele uma notória aproximação aos clássicos – destaca ainda a apresentação do festival – Ostermeier não deixa de continuar a basear as suas criações no trabalho de atores, pelo que, neste espetáculo, não faltam “alfinetadas aos defensores da chamada ‘performance’ pós-dramática”.

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Falada em francês e legendada em português, a peça é apresentada no domingo e na segunda-feira, pela companhia do Théâtre Vidy-Lausanne.

“Susn”, a peça do cineasta e dramaturgo bávaro Herbert Achternbusch, inicialmente escrita para quatro atrizes, centrada no mundo de uma jovem ruiva que se rebela contra o contexto social em que nasceu, é, na versão do encenador, nascido na Baixa Saxónia, interpretada por duas atrizes, na qual sobressai o trabalho da protagonista, Brigitte Hobmeier, que, “com a sua aura infantil e etérea”, se revelou a “intérprete ideal para esta Madonna viva”, como a considerou um jornal alemão, citado na programação do Festival.

“Susn”, que ganhou o prémio da Bienal de Veneza 2013, é apresentada em Almada pela companhia Kammerspiele de Munique (teatro de câmara de Munique), falada em alemão e legendada em português, regressará ao pequeno auditório do CCB, para nova representação, na sexta-feira.

A versão portuguesa desta peça foi estreada em 1993, pelo grupo de Coimbra Escola da Noite. Do mesmo autor, em Portugal, foi ainda representada, “Ella”, numa encenação de Francisco Mora Ramos, também por aquela companhia de Coimbra, em 1993, e ainda pelo do Teatro da Rainha.

Vinte e nove espetáculos de sala, num total de 51 representações, compõem a programação da 33.ª edição do Festival de Almada, dedicada aos “Novos mestres”, que homenageia o encenador Ricardo Pais.

Exposições – entre as quais uma da pintora Graça Morais, autora do cartaz deste ano -, espetáculos musicais, concertos, oficinas de trabalho e conversas com o público completam a programação desta edição, a decorrer até ao próximo dia 18.

A Escola D. António da Costa, o Teatro Municipal Joaquim Benite, o Fórum Romeu Correia, o Teatro-Estúdio António Assunção, a Incrível Almadense e a Casa da Cerca são os locais de Almada, onde decorrem os espetáculos de sala.

Em Lisboa, o Teatro Municipal D. Maria II, o CCB, o Teatro da Trindade e o Teatro Taborda são os locais que se abrem ao Festival, que contempla produções oriundas de Alemanha, Argentina, Áustria, Estados Unidos, Noruega, Roménia e Suíça.

O ciclo dedicado ao novíssimo teatro italiano é composto por cinco produções vindas de Itália.