O Conselho de Segurança das Nações Unidas apelou no domingo aos países vizinhos do Sudão do Sul para ajudarem a pôr termo aos combates na capital do país e ao reforço do contingente de ‘capacetes azuis’.

Numa declaração unânime, os 15 países do Conselho de Segurança da ONU exigiram também ao Presidente sul-sudanês, Salva Kiir, e ao seu rival, o vice-presidente Riek Machar, que “façam tudo o que estiver ao seu alcance para controlar as suas respetivas forças, que acabem urgentemente com os combates e que previnam a propagação da violência”.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas pede aos “países da região” — sem precisar quais –, ao Conselho de Paz e de Segurança da União Africana e à Organização Intergovernamental Leste-Africana (IGAD), responsável, desde janeiro de 2014, pela mediação do conflito civil do Sudão do Sul, para “discutirem, com firmeza, com os dirigentes sul-sudaneses, de modo a resolver esta crise”.

Em paralelo, pedem ainda aos países da região para que se “preparem para providenciar tropas adicionais”, à medida que for necessário, segundo o mesmo comunicado.

“Os membros do Conselho de Segurança expressaram a sua disponibilidade para considerar melhorar a UNMISS [Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul] para melhor garantir que a UNMISS e a comunidade internacional podem prevenir e responder à violência no Sudão do Sul”, refere a mesma nota.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A declaração oficial não indica que países vão ser solicitados nem a amplitude do reforço de ‘capacetes azuis’ desejada.

Foi pedida “ajuda” aos países da região, mas ainda falta definir de que tipo, explicou o embaixador japonês, Koro Bessho, que preside ao Conselho de Segurança em julho.

O Conselho de Segurança da ONU condenou veementemente a escalada dos confrontos em Juba e sublinhou, em particular, que ataques contra civis e pessoal das Nações Unidas pode constituir um crime de guerra.

Segundo um responsável da ONU, um ‘capacete azul’ chinês foi morto nos combates em Juba e 12 outros, de diferentes nacionalidades, ficaram feridos, incluindo dois com gravidade.

Os diplomatas indicaram que a questão de um embargo às armas com destino ao Sudão do Sul, defendido pelo Ocidente mas que encontra reticências por parte da Rússia, não foi abordado durante as consultas.

O chefe das operações de manutenção de paz da ONU, Hervé Ladsous, já tinha afirmado anteriormente que elementos da MINUSS tinham sido atingidos pelo fogo cruzado.

Hervé Ladsous indicou não ter um balanço fiável dos recentes combates em Juba: “Nós não podemos ter a certeza relativamente aos números”.

Os 15 países membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas realizaram no domingo uma reunião, à porta fechada, por causa dos violentos combates em Juba, capital do Sudão do Sul.

Os combates entre forças sul-sudanesas e ex-rebeldes intensificaram-se no domingo em Juba e estenderam-se a várias bairros da capital e às imediações do aeroporto internacional, dois dias após confrontos que fizeram mais de 150 mortos.