O risco de extinção do panda-gigante é a partir de agora menor, anunciou a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). A instituição desceu a classificação do animal na lista de espécies ameaçadas, de “em perigo” para “vulnerável”. O animal, que vive apenas em algumas regiões de montanha na China, estava em perigo de extinção desde 1990, e é considerado um dos símbolos da conservação das espécies animais. Ainda assim, a IUCN alerta para o facto de que “as alterações climáticas podem eliminar mais de 35% do habitat natural de bambu dos pandas nos próximos 80 anos, pelo que a população de pandas deverá diminuir”.

O Fundo Mundial para a Natureza (WWF), que utiliza o panda-gigante no logótipo, já reagiu à “boa notícia”. O diretor-geral do WWF, Marco Lambertini, considerou que “saber que o panda está agora um passo mais longe da extinção é um momento excitante para todos os que estão comprometidos com a conservação da vida selvagem e dos seus habitats”. Lambertini recorda que “durante mais de 50 anos, o panda-gigante foi o ícone da conservação mais adorado do mundo, bem como o símbolo do WWF”, e que “a recuperação do panda mostra que quando a ciência, a vontade política e o envolvimento das comunidades se juntam, podemos salvar a vida selvagem e melhorar a biodiversidade”.

O WWF sublinha que o número de reservas que protegem os pandas já subiu para 67, abrangendo perto de dois terços de todos os pandas selvagens. De acordo com a IUCN, a população total de pandas é de cerca de 2.060 indivíduos, com os indivíduos fragmentados em subpopulações.

Ao jornal britânico The Independent, o presidente da equipa da IUCN que estuda os pandas-gigantes, Ronald Swaisgood, explicou que “a situação atual é de tendências positivas. O número de pandas está a aumentar, a zona ocupada está a expandir-se, e o habitat disponível está a recuperar”. No entanto, a divisão da população em pequenas subpopulações, “devido à fragmentação do habitat” é um problema a enfrentar no futuro. “Estamos preocupados com a possibilidade de as populações mais pequenas não serem geneticamente viáveis”, destacou.

A IUCN sublinha que “a decisão de descer a classificação do panda-gigante para “vulnerável” é um sinal positivo que confirma que os esforços do governo chinês são eficazes”, mas assegura que “é criticamente importante que estas medidas de proteção sejam continuadas e que sejam tidas em conta as ameaças emergentes”. A instituição destaca ainda a importância de proteger as reservas de bambu, o habitat natural do panda gigante, visto que a ameaça a esta planta “pode, num futuro próximo, reverter os ganhos das últimas duas décadas”. Para o responsável da IUCN, “permitir que a floresta cresça novamente” foi a solução para “a recente expansão da área ocupada pelos pandas e pelo aumento da população”.

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