O Presidente da República considerou esta quinta-feira que a sua visita de Estado a Cuba “correu muitíssimo bem” e contou que teve um programa paralelo, que incluiu um passeio num “táxi clássico” dos anos 50 na marginal de Havana.

Durante a tarde, antes de viajar para a Colômbia, para a 25.ª Cimeira Ibero-Americana, perante estudantes da Universidade de Havana, Marcelo Rebelo de Sousa disse que foi “uma felicidade estar em Cuba e estar com Fidel”, porque “era uma imagem que tinha” desde adolescente. No discurso proferido diante dos universitários, omitiu a frase que tinha no discurso sobre o “multipartidarismo” em Portugal.

“Depois, estar com o Presidente e com os governantes, [foi] ver a transição do passado para o presente, pensando necessariamente no futuro. E depois estar convosco, que são mais futuro do que passado. Não estive com uma Cuba, estive com várias Cubas durante a visita“, acrescentou.

Questionado por uma aluna sobre as relações entre os Estados Unidos e Cuba, o chefe de Estado respondeu: “Se eu fosse comentador político, mas não Presidente de Portugal, este seria um momento fascinante para comentar a situação política internacional, imaginam”.

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“Como vai ser a política norte-americana, como vai ser o relacionamento norte-americano no mundo, como vai ser o futuro das posições da União Europeia? Mas como Presidente eu não posso fazer de comentador. Só posso desejar que no futuro as relações entre povos e estados de quem nós somos amigos sejam também amigas”.

Nesta intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que Portugal e Cuba têm neste momento “um momento único” para estreitar relações económicas: “Tem de ser agora, não só na presença portuguesa em Cuba, mas também na presença cubana em Portugal. Porque há um clima favorável, há um diálogo reforçado, há uma empatia”.

Antes, em declarações aos jornalistas, o Presidente da República qualificou de “muito positiva” esta visita: “Correu muitíssimo bem. E houve uma disponibilidade das autoridades cubanas no sentido de tudo fazer para que corresse muito bem, isso é muito positivo”.

Marcelo Rebelo de Sousa falou também sobre o “programa paralelo” que teve nos dois dias desta visita, que incluiu um passeio de táxi na marginal de Havana.

“Foi uma incursão, digamos assim, resolvida à última da hora. Não estar um pouco mais junto ao mar era uma oportunidade perdida, portanto, tive a oportunidade de estar ali no Malecón a ver pescadores e a aproveitar”, declarou.

O chefe de Estado disse que a marginal “é lindíssima” e que “percorrê-la um bocadinho fora da rigidez do programa é muito agradável”, acrescentando: “Se é possível juntar o útil ao agradável, por que não?”.

O Presidente da República referiu que gosta “de fazer desvios ao protocolo” de vez em quando, mas que “têm de ser feitos de uma forma cuidadosa, para nem melindrar os anfitriões, nem propriamente criar problemas ao programa existente”.

Na quarta-feira, foi conhecer o famoso bar Floridita e disse também ter feito “uma segunda incursão cultural numa livraria, muito frutuosa”, tudo à margem do programa oficial, sem jornalistas.