É o grande mistério do narcotráfico mexicano. Ismael Zambada García, ‘El Mayo’, nunca foi preso. Segundo o El Pais, reza a lenda que o narcotraficante, silencioso e letal, vive escondido nas montanhas do norte do México.

Ele é hoje o líder mais importante do cartel de Sinaloa, pelo que a sua captura tornou-se uma prioridade para as forças armadas mexicanas. A tarefa tem-se revelado difícil, mas parece já ter estado mais longe. É que este domingo, as forças especiais do exército mexicano intercetaram, em Culiacán, uma carrinha em que viajava José Carlos López Alanís, mais conhecido por El Cali, o chefe dos assassinos de El Mayo Zambada. Após uma curta perseguição, El Cali foi gravemente ferido e apanhado. No meio da ‘batalha’, três tenentes do exército foram mortos. El Cali, juntamente com outros assassinos, permanece agora sob custódia no hospital general.

El Cali era outra das prioridades. O assassino dirigia um grupo criminoso designado Los Ántrax, que atua como braço armado de El Mayo Zambada. Anteriormente, o grupo estava a cargo de Rodrigo Arrechiga Gamboa, El Chino Ántrax, outro cruel assassino que começou como guarda-costas da família de El Mayo e acabou a controlar os militares do cartel de Sinaloa.

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Mas entretanto El Chino foi preso em 2013, na Holanda, e El Cali substituiu-o, passando por tempos conturbados face aos sucessivos ataques de outros grupos, nomeadamente, dos Beltrán Leyva e do Cartel Jalismo Nueva Generación.

Na guerra do narcotráfico, o papel de El Mayo Zambada e dos seus homens é cada vez mais importante. Com El Chapo na prisão e a caminho da extradição, a Drug Enforcement Administration (DEA) considera-o agora o narcotraficante mais poderoso do México. Apesar da sua notoriedade, ninguém conhece os seus passos. Não há consenso sobre quais são as suas alianças nem quanto à sua relação com Aureliano Guzmán Loera, o irmão mais novo de El Chapo, e que tomou a liderança familiar do cartel.

Neste mundo de penumbra, o mesmo que lhe permitiu sobreviver ao longo de cinco décadas, um dos poucos indícios da sua atividade são os seus assassinos. Com a captura de El Cali, o exército mexicano nunca esteve tão próximo de chegar até El Mayo Zambada.