O teste clínico da Universidade de Edimburgo, que estava a tentar provar a eficácia das injeções hormonais masculinas como método contracetivo, foi interrompido após alguns dos participantes terem reclamado dos efeitos secundários.

De acordo com a BBC, há cerca de 20 anos que se investiga o potencial dos contracetivos hormonais masculinos. Como os homens estão constantemente a produzir esperma, são necessários níveis elevados de hormonas para diminuir a fertilidade. O estudo, publicado na semana passada no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, consistia na administração de duas injeções hormonais, uma de progesterona e outra forma de testosterona.

Para verificar o impacto das injeções, administradas a cada oito semanas, eram realizadas contagens regulares dos espermatozoides dos 320 participantes – homens entre os 18 e os 45 anos, em relações monogâmicas.

Os elevados níveis hormonais originaram efeitos secundários, tal como acontece com os contracetivos femininos do género. 20 dos homens desistiram, a maioria por razões relacionadas com as mudanças de humor. Seis dos participantes apontaram outros sintomas, como acne, dores musculares, pânico na primeira injeção, palpitações, hipertensão ou disfunção erétil. De acordo com os investigadores, 6% é um número elevado de voluntários com efeitos secundários.

Mario Philip Reyes Festin, coautor do estudo, declarou que “é possível haver um contracetivo hormonal para homens que reduza o risco de gravidezes indesejadas” e que são, por isso, necessárias novas investigações, quer para combinar níveis diferentes das hormonas como para as introduzir no corpo de maneiras distintas.

Alann Pacey, professor de Andrologia na Universidade de Sheffield, afirmou, segundo a BBC, que 75% dos homens que participaram estariam dispostos a utilizar novamente o método contracetivo, que apresentou uma eficácia de 96%.

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