A 3 de outubro, por volta das duas da manhã (hora portuguesa), o cantor Kanye West interrompeu abruptamente o seu concerto no The Meadows Music and Arts Festival, em Nova Iorque, para anunciar ao microfone: “Lamento, há uma emergência familiar e tenho de parar o espetáculo”. Poucas horas depois surgia a notícia de que Kim Kardashian tinha sido assaltada à mão armada por homens disfarçados de polícias. A mulher do rapper estava na capital francesa para a Semana da Moda de Paris quando foi abordada por “dois homens armados e mascarados que irromperam pelo seu quarto de hotel e a agarraram. “Ela está bastante abalada, mas saiu ilesa”, confirmou mais tarde a porta-voz da celebridade.

O assalto decorreu depois de Kim Kardashian (quase) ser atacada, a 28 de setembro, por Vitalii Sediuk nas ruas de Paris. O ucraniano tentou beijar o seu famoso rabo mas foi imediatamente imobilizado pelo segurança pessoal Pascal Duvier. Já na madrugada de 3 de outubro, a omnipresença do guarda-costas da socialite foi novamente posta à prova: o segurança encontrava-se a proteger Kourtney Kardashian e Kendall Jenner numa festa, tendo deixado Kim sozinha no seu luxuoso hotel — tal como ela própria deu a entender num vídeo publicado no Snapchat e onde aparece de robe, pouco antes do incidente.

Os assaltantes levaram joias avaliadas em nove milhões de euros, incluindo um anel de noivado oferecido em setembro pelo marido Kanye West no valor de quatro milhões, e um diamante de 20 quilates que Kim Kardashian tinha feito questão de exibir no Instagram três dias antes. Seguiu-se o furor das redes sociais, as acusações de que a socialite se tornou um alvo fácil de assaltantes, as especulações de violação e as polémicas de que se tratava de um golpe publicitário para aumentar a popularidade da estrela e as audiências da sua série Keeping Up with the Kardashian. “Acho que os agressores que viram Kim Kardashian nessa noite sem maquilhagem devem estar traumatizados”, chegou a escrever-se no Twitter.

A verdade é que, desde o assalto, Kim Kardashian não voltou a partilhar uma selfie provocante ou uma imagem polémica no Instagram, como já nos tinha habituado. A norte-americana desapareceu das redes sociais e não voltou a ser fotografada pelos paparazzi com decotes acentuados, saltos altos e gargantilhas de pedras preciosas (nem no próprio aniversário, celebrado a 21 de outubro). Acabaram-se os gostos nas fotografias das irmãs, as presenças públicas, os conteúdos promocionais no Twitter (capa Lumee incluída) e os vídeos com filtros no Snapchat. As filmagens do reality show foram interrompidas e a própria família Kardashian, que faz questão de surgir como um clã unido, esteve sem alimentar as redes sociais durante vários dias.

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Afinal, o que é feito de Kim Kardashian?

Ela não está muito bem. É incrivelmente traumático o que lhe aconteceu mas a nossa família é muito unida e vamos ultrapassar isto juntos”, disse Khloé Kardashian uma semana depois do assalto, em entrevista a Ellen DeGeneres.

“Agradecemos o vosso amor e apoio mas isto vai levar tempo. O que lhe aconteceu foi horrível”, continuou a irmã de Kim Kardashian na mesma entrevista. Já quando questionada sobre a forma como a família vai encarar as redes sociais a partir de agora, Khloé respondeu que o incidente “foi uma chamada de atenção para fazer uma série de mudanças”, acrescentando: “É uma questão muito séria e para a Kim acho que é muito pessoal, devido ao terror emocional.”

Terror emocional esse que, sendo ou não um golpe publicitário, tem transparecido no rosto de Kim Kardashian desde que foi vista no aeroporto de Paris às sete da manhã do dia 3 de outubro. Horas depois foi fotografada com Kanye West à entrada do apartamento do casal em Nova Iorque, de semblante baixo e sem o anel de diamantes no dedo, cercada por um autêntico forte de seguranças que chegou a ser comparado ao do Presidente Obama. “Como é que Kim está?”, perguntou a US Magazine a Jonathan Cheban. “Não muito bem”, respondeu o melhor amigo da socialite, confirmando as suspeitas.

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The only thing I will say is that I do not wish anyone for what happened. Kim strength're an excellent mother, wife, sister and daughter. Fuck all those who scoff or speak ill of it no one has the right to spend that bad time! but God is so great that sees everything. I love Kimi @kimkardashian ❤ www.kimkardashianwest.com ???? #kimkardashian #beautiful #kutk #khloekardashian #kyliejenner #kendalljenner #kourtneykardashian #krisjenner #caitlynjenner #lovekardashians#kardashians #jenners #kimkardashianwest #body#gorgeousgirl #kanyeezy #lovekardashians #love #fitness #fitnessgirl #snapchat #perfect #perfectbody #california #losangeles #newyork #newyorkcity #ny #kimoji #kimkardashiansnapchat #paris

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Kim Kardashian só voltaria a aparecer uma semana depois, à saída do mesmo apartamento e quase irreconhecível, agarrada à filha North West e vestida com uma sweatshirt larga, boné e carapuço na cabeça, calças de ganga, ténis Vans e nenhuma maquilhagem. O feito voltou a repetir-se discretamente há duas semanas — desta vez com a celebridade vestida de preto da cabeça aos pés — e levou muitos fãs a assumirem que o incidente afetou psicologicamente a socialite e que o seu período traumático está longe de acabar. Outra prova nesse sentido é o facto de a estrela ter cancelado a sua presença na cerimónia de homenagem ao falecido pai Robert Kardashian, que irá acontecer no próximo dia 21 de novembro.

https://www.instagram.com/p/BLRMuz3DdzQ/

Assalto ou golpe publicitário?

Depois de um período de luto, o clã Kardashian lá quebrou o hiato nas redes sociais (obrigada, Kylie Jenner) mas não se pronunciou sobre as acusações de assalto encenado. À Fox News, a investigadora privada Patricia D’Orsa-Dijamco afirmou que este poderia ser um golpe publicitário de Kim, e que inicialmente pensou que o assalto seria uma fraude elaborada. “Os problemas de terrorismo, as ameaças e as investigações… Se quiseres fazer uma fraude ou um golpe publicitário — e eu não estou a dizer que ela o fez –, França seria o local ideal”, garante outro agente de investigação, Michael Levine.

Outros afirmam que dois homens entraram de facto no quarto de Kim Kardashian e apontaram-lhe uma arma à cabeça. De seguida, trancaram-na na casa de banho e levaram, além das joias, dois telemóveis, tudo isto enquanto a norte-americana suplicava pela vida, gritando-lhes que tinha filhos. Disfarçados de polícias, os assaltantes ameaçaram a vida do único concierge responsável pela segurança do “No Adress Hotel”, na Rue Tronchet, onde Robin Thicke estava hospedado com a namorada e Jennifer Lawrence tinha acabado de fazer check out.

O assalto não durou mais de seis minutos e os homens fugiram de bicicleta. Ao ouvir os assaltantes do seu quarto, a stylist Simone Harouche ligou ao guarda-costas de Kim, Pascal Duvier. Apesar do hotel não ter câmaras — o que foi justificado pela elevada discrição do espaço — o TMZ já divulgou imagens de videovigilância dos alegados assaltantes. Por volta das 2h19 veem-se cinco homens (três de bicicleta e dois a pé) a dirigirem-se para o hotel e a regressarem com uma mochila 49 minutos depois.

https://www.youtube.com/watch?v=klnscSw6uvI

Quem confirma esta versão é o próprio concierge, Abdulrahman, que defendeu Kim Kardashian. “Não, isto não foi falso. Não é um reality show e a Kim está mesmo chocada. Eu sinto o seu choque até agora.” Em entrevista ao Entertainment Tonight, o porteiro revelou ainda que os assaltantes “não percebiam inglês e também não percebiam francês”, e que um deles não parava de dizer “dinheiro, dinheiro, dinheiro”.

Quem será Kim Kardashian sem redes sociais?

Numa das últimas entrevistas antes do assalto, Kim Kardashian confessou a Bill Whitaker que a sua carreira não existiria sem o Twitter, Instagram e Snapchat. “Eu atribuo totalmente a minha carreira às redes sociais”, afirmou no programa 60 Minutes. “Há armadilhas como a falta de privacidade, perda de privacidade, e isso não é para todos. No meu caso, consigo ligar bem com isso”, garantiu. Conseguirá ainda? Ou a afirmação perdeu a validade no momento em que, alegadamente, lhe invadiram o quarto de hotel e a assaltaram à mão armada? Uma coisa é certa: não será de estranhar que a estrela reformule a forma como alimenta os seus 87 milhões de seguidores no dia-a-dia.

Um mês depois do assalto, Kim Kardashian continua fora das redes sociais (cabe à assistente pessoal Stephanie Sheppard atualizar o site), longe de eventos públicos e ausente dos vídeos partilhados pelas irmãs. Entretanto a estrela voltou a filmar para o reality show Keeping Up with the Kardashians e foi recentemente fotografada a comprar um gelado sem maquilhagem ao lado do melhor amigo Jonathan Cheban. Os tempos mudaram — basta olhar para o seu estilo descontraído — mas resta-nos esperar que Kim Kardashian volte em força e deite a internet abaixo (outra vez).

https://www.instagram.com/p/BMBw5ibjLHZ