O Sporting é o que está a dar. Veja lá bem: quem é o detentor da Taça de Portugal? Sporting Clube de Braga. E o anterior vencedor? Sporting Clube de Portugal. Na presente edição 2016-17, quem é o primeiro apurado para os oitavos? Sporting Clube da Covilhã (1-0 ao Varzim, na Póvoa). E o segundo? Sporting Clube de Portugal (5-1 ao Praiense, em Alvalade).

Invicto em casa para a Taça desde Dezembro 2003 (Orestes, 1-0 pró Vitória FC de Carlos Carvalhal), o Sporting recebe o primeiro adversário açoriano de sempre para a Taça e demora 89 segundos a encaixar o golo. Jogada simples, com dois toques. Filipe Andrade, natural de Ponta Delgada, desmarca-se de Jefferson e atira com o pé direito. Beto atira-se e nada. A bola sobrevoa-o, com espectacularidade. É golo, 0-1. É o quarto golo do avançado na Taça. E é o segundo sofrido por Beto ao serviço do Sporting de um clube açoriano. Antes, Romicha (Lusitânia), também de Angra do Heroísmo, em Fevereiro 2004, na Academia de Alcochete.

Líder incontestável da série F do CNS, com oito vitórias e dois empates, o Praiense vê-se em vantagem sem saber ler nem escrever. Cabe ao favorito Sporting dar a volta ao texto. Bruno César arrisca o empate de cabeça, aos 8′. Castaignos também, com o pé direito, aos 10′. Em ambos os casos, Tiago Maia dá sinais de si. Aos 15′, Alan Ruiz atira ao poste. O Sporting encosta o Praiense e cheia a golo. Aos 20′, canto de Jefferson e cabeceamento implacável de Paulo Oliveira. É golo, 1-1. Até ao intervalo, o Praiense dá boa réplica e aguenta o empate. Cuidado com os rapazes dos Açores, sem sofrer golos na segunda parte há quatro jogos seguidos.

E agora? A táctica de Agatão, treinador do Praiense e cuja última visita a Alvalade até resulta em vitória (1-0 para o Estrela de Fernando Santos, em 1995), cai por terra com uma falta descabida de Luciano Serpa. Na marcação do penálti, Adrien engana Tiago Maia e redime-se do falhanço no jogo anterior, vs Arouca. Com 2-1 aos 47 minutos, o Sporting sente-se mais cómodo e o Praiense vai a jogo sem medos. Porque joga de forma desinibida, sem recorrer à falta corriqueira nem a perdas de tempo desnecessárias. Neste jogo aberto, o Sporting dá-se melhor. Adrien liberta para Bruno César, 3-1. Aos 78 minutos, entra André e o Praiense vai-se completamente abaixo. O brasileiro substitui Castaignos, autor da trivela mais chaplinesca da época, e assina o 4-1 no primeiro toque da bola. A dois minutos do fim, André Balada fixa o 5-1. Siga a dança. Do Praiense para o Real Madrid, o Sporting sempre em Alvalade.

Estádio José Alvalade, em Lisboa
Árbitro: Luís Ferreira (Braga)
SPORTING: Beto; Esgaio, Douglas, Paulo Oliveira e Jefferson; Adrien (cap) (Meli, 83′), Elias, Matheus (Gelson, 65′) e Bruno César; Alan Ruiz e Castaignos (André, 78′)
Treinador: Jorge Jesus (português)
PRAIENSE: Tiago Maia; Luciano Serpa (Queirós, 70′), Breno, Careca e Amian (Mauro Aires, 50′); Vitinha, Joazimar e João Peixoto (cap); Marco Aurélio (Goulart, 83′), Hélder Arruda e Filipe Andrade
Treinador: Francisco Agatão (português)
Marcadores: 0-1, Filipe Andrade (2′); 1-1, Paulo Oliveira (21′); 2-1, Adrien (47′, gp); 3-1, Bruno César (62′); 4-1, André (79′); 5-1, André (88′)

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