O Governo quer o salário mínimo nacional nos 557 euros em janeiro de 2017, os patrões nos 540. O “patrão dos patrões” — como é chamado o presidente da CIP, António Saraiva — veio esta segunda-feira exigir que o acordo sobre o aumento do salário mínimo seja feito na concertação social. Já o PS, pela via do líder parlamentar, deixa o aviso-prévio: “O que vale é o que o primeiro-ministro disse”. Ou seja: 557 euros, pois — mesmo que haja espaço para “diálogo” — o aumento será nas condições que António Costa mencionou.

Após uma visita a uma empresa, no âmbito das jornadas parlamentares do PS na Guarda, Carlos César destacou também que “o Governo privilegia a sede da concertação social para o maior número de situações possíveis que tem a ver com o nosso futuro económico e social. É nessa perspetiva que estamos situados. É do diálogo que nascerá a melhor solução e é na perspetiva, naturalmente, que o primeiro-ministro anunciou”.

César não quis “interpretar aquilo que os patrões entendem”, mas sim “interpretar aquilo que o Governo pretende, que é: em diálogo, e no cumprimento do programa de governo e dos nossos compromissos seja possível o aumento do salário mínimo nas condições que nós mencionamos.”

O presidente da CIP, António Saraiva, tinha feito uma advertência ao Governo esta segunda-feira, dizendo que “ouvir os parceiros sociais não é informar os parceiros sociais daquilo que se vai impor”. António Saraiva lembrou a existência de um acordo em sede de concertação social “que se mantém válido até final deste ano e onde os indicadores objetivos que lá estão contemplados definem um escalonamento da evolução do salário mínimo para 2017”. Trocando por valores, para Saraiva é simples: “Feitas as contas, dá 540 euros”. O “patrão dos patrões” diz que qualquer aumento “irrealista” do salário mínimo só pode dar num caminho: desemprego.

Ainda em declarações sobre a atualidade, na Guarda, o líder da bancada socialista falou também do que lhe transmitiram os empresários com quem se tem encontrado sobre o estado da banca, dizendo que as preocupações que tem ouvido são sobre o “laxismo e a omissão que ao longo destes últimos anos houve por parte do governo da República, deixando que vários processos no âmbito de instituições bancárias se fossem arrastando com a degradação correspondente.” Ao contrário, garante César “agora, o que me é manifestado é a satisfação de ao nível de diversas instituições bancárias estar a ser reposta a normalidade e a capacidade dessas instituições bancárias corresponderem aos créditos que a economia necessita.” Numa alusão à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, César diz que há outro para resolver “a própria capitalização das empresas”.

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