O primeiro-ministro francês vai anunciar esta tarde a sua candidatura às eleições presidências francesas que se realizam em 2017. O anúncio do dirigente socialista vai ser feito esta segunda-feira às 18.30 (hora local) em Evry, o seu reduto eleitoral na região de Paris, segundo informação avançada pela Agência France Press que cita o gabinete de Manuel Valls.

O anúncio surge quatro dias depois do atual presidente, François Hollande, revelar que não irá concorrer a um segundo mandato. A decisão de Valls de concorrer vai implicar o abandono de funções como primeiro-ministro. Entre os nomes falados para suceder a Valls, está o do ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, que segundo o Le Figaro é visto como um leal do presidente francês. São ainda referidos como hipóteses, os ministros da Defesa, Agricultura, Saúde e Educação.

Valls avança quando já é conhecido o candidato do principal partido de centro-direita, François Fillon, que venceu as primárias do Partido Republicano.

Fontes da equipa de Valls confirmaram à agência de notícias AFP que já não há dúvidas quanto à candidatura às presidenciais do primeiro-ministro, tendo em conta o anúncio do Presidente francês, François Hollande, de que não irá disputar um segundo mandato.

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O anúncio da retirada de Hollande abriu caminho à apresentação de candidatos socialistas, que começaram no mesmo dia, 1 de dezembro, a aceitar candidaturas às primárias, previstas para 22 e 29 de janeiro.

Arnaud Montebourg, um antigo ministro da Economia de esquerda, já tinha apresentado a sua candidatura. Segue-se agora a de Manuel Valls.

Hollande, com o mais baixo nível de popularidade de um Presidente francês desde a Segunda Guerra Mundial, chegou ao poder depois de derrotar Nicolas Sarkozy (direita) em 2012. François Hollande torna-se assim no primeiro presidente francês, desde 1958, a renunciar a uma recandidatura.

A popularidade de Hollande atingiu o nível mais baixo depois de um mandato de cinco anos, marcado por alterações nas principais políticas, atentados terroristas, desemprego elevado e revelações sobre a sua vida privada.

Uma sondagem divulgada na quarta-feira da semana passada dava 7% das intenções de voto a Hollande na primeira volta das eleições presidenciais, a 23 de abril do próximo ano.

O mesmo estudo dava a vitória ao candidato do partido Republicano (direita), François Fillon, seguido pela candidata da Frente Nacional (extrema-direita), Marine Le Pen.

Hollande tem também o mais baixo nível de popularidade de um Presidente francês desde a Segunda Guerra Mundial.

Em 2015, França sofreu três grandes atentados terroristas islamitas, primeiro contra o semanário Charlie Hebdo, depois Paris, em novembro de 2015, e Nice, em julho deste ano.

Na política económica, Hollande avançou com um programa de medidas sociais, que incluía um super-imposto de 75% para os mais ricos, mas mudou de rumo para introduzir reformas a favor dos empresários.

Em janeiro de 2014, a revista Closer divulgou o relacionamento entre Hollande e a atriz francesa Julie Gayet, o que levou ao fim da relação com a companheira, Valerie Trierweiler.