A missão dos Comandos na República Centro Africana no início de 2017 será “uma forma simbólica de fechar um ciclo” difícil para aquela força especial, com duas mortes no último curso de formação, disse, esta quarta-feira, o ministro da Defesa.

“A Missão [na Republica Centro Africana] será muito exigente, desta feita maioritariamente a cargo do Exército português. Será projetada, em termos operacionais, algures no início do próximo ano. Também para esses homens e essas mulheres vai uma palavra de especial apreço”, disse, esta quarta-feira, no Mali, o ministro da Defesa Nacional.

José Azeredo Lopes participava num jantar de Natal com a força destacada para a Missão Integrada Multidimensional de Estabilização das Nações Unidas no Mali (MINUSMA), maioritariamente da Força Aérea Portuguesa, e para a Missão de Treino da União Europeia no Mali (EUTM).

O ministro acrescentou que as forças portuguesa que vão para a República Centro Africana, no âmbito da Missão das Nações Unidas, designada por MINUSCA (Missão Integrada Multidimensional de Estabilização das Nações Unidas na República Centro Africana), pertencem ao Regimento de Comandos.

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“Também para eles foi um ano difícil”, reconheceu o ministro, numa referência à morte de dois formandos no último Curso de Comandos no continente, acrescentando que a integração desta força – que ascende a 160 homens e mulheres – na MINUSCA “é também uma forma simbólica de fechar um ciclo”.

O ministro Azeredo Lopes reafirmou que “o que acontece de menos bom” nas Forças Especiais portuguesas – ou em qualquer unidade militar portuguesa – “deve ser investigado e averiguado sem receios”, mas sublinhou que essa investigação não pode pôr “em causa o apreço” pelo Regimento de Comandos.

O titular da pasta da Defesa destacou ainda o espírito de missão dos 160 homens e mulheres que vão para a República Centro Africana, onde vão expor-se a “um risco evidente”.

Azeredo Lopes explicou que “na República Centro Africana tudo foi feito para evitar qualquer risco ou ameaça”, mas ressalvou que “estaria a enganar (…) se não dissesse que é uma missão de risco”.

“As nossas Forças Armadas, nos teatros mais exigentes e difíceis não cumprem só. Cumprem e têm cumprido de forma exemplar e estou que, na MINUSCA, mais uma vez, Portugal dará cartas. Entre todos os setores da sociedade [portuguesa] as Forças Armadas estão entre o que temos de melhor para mostrar, lá fora e em Portugal”, concluiu.