Mesmo sendo um ano bissexto, 2016 passou num ápice. Foram oito mil setecentos e oitenta e quatro horas (por extenso, para se entender bem a sua dimensão) e mais de 31 milhões de segundos de histórias. Algumas, no entanto, só precisaram de um desses segundos para dar uma volta completa ao mundo e marcarem estes tempos. É a magia do viral, das autoestradas virtuais e das fórmulas que tornam famosas até as coisas mais simples da vida – para o bem e para o mal. Em vésperas de final de ano, o Observador recorda dezasseis histórias virais que tornaram estes últimos doze meses. Está preparado para uma viagem ao passado?

Fu Yuanhui, a atleta mais expressiva dos Jogos Olímpicos

Fu Yuanhui, nadadora chinesa com vinte anos, não precisou de muito para conquistar o coração de quem seguia os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Na verdade, só teve de ser ela própria. Foram pelo menos duas as ocasiões em que arrancou gargalhadas aos espectadores. A primeira aconteceu depois de a sua equipa ter ficado em quarto lugar na corrida dos 4×100 metros estilos. Em entrevista à CCTV, canal de televisão chinês, Fu Yuanhui disse: “Acho que não estive muito bem hoje. Sinto que falhei às minhas colegas”. Quando a jornalista lhe perguntou porque não se sentia em forma nesse dia, a resposta de Fu Yuanhui trouxe a debate público um tema tabu no mundo do desporto: “Tenho dores de barriga. Veio-me o período ontem, então sinto-me particularmente cansada. Mas isso não é desculpa, devia ter nadado melhor à mesma”.

Mas Fu Yuanhui correu o mundo tanto quando perdeu como quando ganhou. Passado uns dias, desta vez após uma competição individual, a atleta chinesa voltou a ser entrevistada pela CCTV depois de ganhar a medalha de bronze. Mas a conversa com a jornalista começou a ser estranha: quando Fu Yuanhui justificava o seu suposto fracasso – dizendo até “mesmo agora que não ganhei a medalha” -, a jornalista interrompeu-a e informou-a que tinha ficado no pódio da competição. E a expressão de Fu Yuanhui transfigurou-se em surpresa e alegria extrema. A reação foi tão genuína que não houve quem lhe ficasse indiferente. Tudo ficou gravado neste vídeo.

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O homem que mandou plantar um jardim para a mulher, que é cega

Qualquer ramo de rosas entregue no Dia de São Valentim vai saber a pouco agora que esta história deu a volta ao mundo. Toshiyuki Kuroki, um japonês casado há trinta anos com Yasuko, quis dar uma prova de amor à mulher. Desde jovem que Yasuko sonhava aproveitar o dinheiro amealhado ao longo da vida para fazer uma grande viagem pelos recantos mais bonitos do Japão, mas um problema de saúde fez com que a mulher ficasse cega em menos de uma semana. Sentia-se sozinha em casa porque o marido passava o dia a trabalhar numa quinta e estava a entrar numa profunda depressão de onde Toshiyuki Kuroki a queria resgatar.

Um dia, a caminho do trabalho, olhou para o canteiro da sua casa e teve a ideia perfeita. Plantou milhares de flores shibazakura pelo terreno com dois propósitos: o primeiro era inundar a casa com o cheiro destas flores cor-de-rosa para que a mulher pudesse continuar a desfrutar do jardim de que tanto gostava; o segundo era tornar a sua casa numa atração para os turistas, que acabariam por fazer companhia à mulher. Ao fim de dez anos, o objetivo de Toshiyuki Kuroki foi cumprido e o jardim gigante tornou-se famoso em todo o mundo.

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Créditos: Shintomicho Office Government Official

Fernando Daniel, o português que conquistou o “The Voice”

O que é português é mesmo muito bom. E não estamos apenas a falar dos golos de Cristiano Ronaldo nem do vinho do Porto: estamos a falar da nossa voz. A prova cega de Fernando Daniel, concorrente da atual temporada do The Voice Portugal, foi a mais vista de todas as provas cegas deste concurso internacional. Nunca antes um vídeo desta fase do concurso tinha dado uma volta tão grande ao mundo em centenas de edições. Mas o que tem Fernando Daniel de especial?

Tem algo que fez todo o júri – Marisa Liz, Mickael Carreira, Áurea e Anselmo Ralph – render-se quando o jovem natural de Estarreja (Aveiro) começou a interpretar “When We Were Young” de Adele. A reação de Marisa Liz, que se encostou à cadeira com as mãos na cabeça e um suspiro de espanto, parece ter sido a de todos os fãs deste programa, que tornaram esta audição viral na Internet. Já a viu?

Omran Daqneesh, o rosto do sofrimento na Síria

Quando o corpo de Aylan Kurdi deu à costa numa praia turca, a crise de refugiados vindos do Médio Oriente para a Europa transformou-se em mais do que estatística. Mas a realidade nos conflitos na Síria é mais complexa do que se pode imaginar: quem foge, como Aylan, enfrenta os perigos de seguir num barco sobrelotado e sem quaisquer condições pelo mar dentro, sem garantias de encontrar um destino; mas quem fica, como Omran, enfrenta perigos igualmente atrozes.

Omran Daqneesh é um menino resgatado dos escombros de uns prédios em Alepo atingidos por bombas numa noite de agosto. Os militares deixaram-no sentado no banco cor-de-laranja da ambulância ensanguentado e coberto de pó enquanto tentavam salvar mais pessoas. E Omran ficou ali em silêncio, sem chorar e quase sem se mexer à espera de que alguém o ajudasse. Quando leva a mão ao rosto, fica a olhar para o sangue e depois tenta livrar-se dele limpando-a ao banco. O vídeo do menino “em estado de choque”, como diagnosticaram os médicos, tornou-se viral e deu mais um rosto ao cenário de guerra onde milhares de pessoas se cruzam diariamente com a morte. O final feliz? Toda a família de Omran foi resgatada com vida.

Os palhaços nos Estados Unidos

O Halloween estava à porta e os norte-americanos sentiam-se inspirados para a noite mais assustadora do ano no outro lado do Oceano Atlântico. O entusiasmo era tanto que o terror chegou muito mais cedo do que se esperava, principalmente para quem sofre de coulrofobia: umas estranhas aparições de pessoas mascaradas de palhaço monstruoso começaram a invadir as ruas norte-americanas e a lançar o pânico entre os mais assustadiços. Não era para menos, até porque muitos deles tinham armas nas mãos – principalmente facas – e ficavam em locais muito visitadas por famílias. O nível de perigo, no entanto, nunca foi bem entendido: a maior parte das pessoas mascaradas de palhaços apenas decidiu seguir a moda, sem intenções de magoar ninguém, mas o terror inundou o país.

Bem, nem só o país. A seguir às pipocas no cinema e à própria tradição da Noite das Bruxas, vários palhaços por todo o mundo aterrorizaram até os bairros mais pacatos do Brasil, México e alguns países da Europa. Os verdadeiros palhaços – aqueles de profissão que nos fazem rir – ficaram desagradados com a brincadeira e pediram que se parasse com a moda que já lhes prejudicava o negócio. E a moda acabou assim que o Halloween também terminou.

“Se perdermos que se f***, Cristiano Ronaldo

A festa foi nossa, mas naquele dia em Portugal os corações estavam em suspenso. A seleção nacional tinha de enfrentar as grandes penalidades no jogo dos quartos-de-final do Euro 2016, frente à Polónia para seguir em frente e o momento era de grande tensão. O peso da responsabilidade fez-se sentir nos ombros de João Moutinho, um dos jogadores mais criticados da equipa, e por isso ele decidiu por-se de parte para não ser uma das escolhas para marcar os penáltis que nos haveriam de levar às meias-finais. Cristiano Ronaldo, no entanto, apostava em Moutinho e chamou-o. Ciente da falta de confiança do colega e amigo, decidiu dirigir-lhe umas palavras que tão cedo não serão esquecidas.

“Ei ei, anda bater, anda bater, anda. Tu bates bem! Se perdermos que se f***! Personalidade. Anda. Personalidade. Tu bates bem, ‘bora. Seja o que Deus quiser: é pénaltis, é uma lotaria”. Moutinho foi e, de facto, bateu bem. Portugal seguiu para as meias-finais e as palavras de Cristiano Ronaldo transformaram-se numa lição de motivação e auto-estima pelo Twitter inteiro. Havia estudantes a pedir que Ronaldo fosse com eles aos exames para lhes lembrar do sucesso que podiam ter pela frente e pais a perdoar o impropério do melhor jogador do mundo. Há coisas que não se esquecem. E Ronaldo haveria de ser, com Eder, de novo protagonista: o jogo da final que nos tornou pela primeira vez campeões europeus e a festa tiveram empurrões e asneiras. Inclusivé no cântico oficial.

https://www.youtube.com/watch?v=-dwRwKf28X8

A avó que ganhou um novo neto

Eram vésperas do Dia de Ação de Graças e Wanda Dench, uma avó de Mesa (Arizona), preparava o dia em família. Pegou no telemóvel, escreveu uma mensagem pedindo ao neto que estivesse em sua casa às três da tarde e enviou-a. Mas não a enviou para o número certo: a mensagem foi recebida por Jamal Hinton, um jovem de 17 anos que estuda na Escola Secundária de Desert Vista. Jamal pensou que a avó verdadeira tinha trocado de número mas, pelo sim pelo não, pediu uma fotografia à pessoa do outro lado do telemóvel. As desconfianças confirmaram-se: aquela não era a sua avó.

Ainda assim, Jamal decidiu continuar a conversar com a senhora. Retribuiu com uma fotografia sua para provar que não era o neto que ela procurava, mas respondeu que aceitava o convite se ele continuasse de pé: “Claro que sim. É o que as avós fazem… Alimentar toda a gente”. E Jamal apareceu para estar com a nova família. Entretanto, Wanda teve de trocar de número: quando Jamal colocou a troca de mensagens na Internet, 600 “netos” pediram um prato de comida no Dia de Graças.

A complicada vida de uma iguana a fugir de cobras

O horror, a tragédia, a ação. A vida de uma iguana é mais difícil do que deveria ser para um bicho com 15 centímetros de comprimento ao nascimento. Quando se sentem prontas para largar o conforto do ninho e enfrentar os obstáculos do mundo, as iguanas marinhas têm de chegar até à água, mas pelo caminho vão encontrar-se com dezenas de cobras velozes e impiedosas prontas para conseguirem um bom petisco: é a única altura do ano em que podem conquistar um verdadeiro banquete. Para uma iguana, e para uma cobra esfomeada, esta viagem é uma verdadeira aventura.

Este ano, a BBC pôs o coração dos espetadores a bater mais depressa quando filmou, ao jeito de um filme de ação, a travessia de uma destas iguanas bebés perseguidas por cobras que se unem numa estratégia conjunta para a capturar. O vídeo arrancou suspiros e pequenos gritos aos espetadores mais sensíveis e deixou-nos a todos impressionados com as dificuldades da vida selvagem. Mas afinal como termina a viagem da pobre iguana? Só saberá se vir o vídeo aqui em baixo.

A genial publicidade portuguesa

É difícil entender o que é mais engenhoso na publicidade que o Licor Beirão lançou este verão. Chama-se “We’re sorry, Harry Kane” e foi lançada logo a seguir ao jogo entre Inglaterra e Portugal em que Bruno Alves pontapeia violentamente a cabeça de Harry Kane num salto que doeu até a quem assistia ao jogo no conforto do lar. Nas filmagens do momento, o cartaz deste licor português aparecia no fundo da imagem. Foi então que a equipa de publicidade e marketing da Licor Beirão decidiu virar o jogo a seu favor e lançar um vídeo tão original que deu a volta ao mundo inteiro. E a história é simples: um representante do Licor Beirão decidiu enviar uma carta a Harry Kane pedindo-lhe desculpa pelo sucedido. Mas de uma forma muito original.

“Nos últimos dias, estas imagens impressionantes foram vistas repetidamente pelo mundo inteiro. O que a maior parte das pessoas não reparou é que, à frente do nosso cartaz impressionante, há um jogador português a pontapear Harry Kane na cabeça. Esta definitivamente não é a imagem a que queremos estar ligados. Por isso decidimos esclarecer tudo com Harry mandando-lhe uma garrafa do melhor licor português e um cartão de lamentações.

Querido Harry, nós somos a marca de licor por detrás dos tristes eventos da última quinta-feira. Apesar de não o termos planeado, parece que os patrocinámos. Por isso gostaríamos de lhe pedir desculpa deixando-o com um sabor diferente de Portugal, um com um golpe muito mais suave e, como descobrirá, que não lhe deixará com uma dor de cabeça desagradável. Tudo de melhor, Licor Berão.

PS – Este cartão é amarelo apenas por causa do nosso logótipo. Não se preocupe: todos achamos que devia ser vermelho”.

Donald Trump (é difícil escolher o episódio mais viral)

“Well, well, well”, por onde começar? Talvez pelo mais factual: depois de uma campanha muito (mesmo muito) agitada perante Hillary Clinton, o empresário milionário Donald Trump tornou-se no novo presidente dos Estados Unidos. Contra factos não há argumentos, mas há episódios que justificam a estranheza com que muitos reagiram ao resultado das eleições norte-americanas. É difícil escolher por onde começar, mas há dois episódios que não nos saem da mente: um é protagonizado pela mulher de Trump, Melania; outro centra-se no próprio empresário.

Estávamos a 19 de julho e a notícia rebentou na Internet. É que não tardou muito até alguém descobrir que Melania Trump tinha plagiado um discurso de Michelle Obama numa conferência em Cleveland. O discurso tinha sido preparado para Michelle na altura em que Barack foi candidato pela primeira vez à Casa Branca, em 2008. As palavras são exatamente as mesmas em boa parte do discurso, o que mereceu reações muito negativas. Melania justificou-se dizendo que era fã de Michelle e que tinha pedido aos criadores do documento que se inspirassem nela. E foi o que fizeram. Literalmente.

Outro momento inesquecível deste ano retoma um vídeo gravado em 2005 em que Donald Trump diz a um primo de George W. Bush que “agarra as mulheres pela ****”, após ambos se terem cruzado com bonita uma atriz. Onze anos depois, em plena campanha, a expressão em inglês usada por Trump – “grab them by the pussy” – correu mundo. Transformou-se em “hashtag” no Twitter, inspirou movimentos feministas e textos jornalísticos em todos os cantos do planeta. Trump acabou por pedir desculpa, afirmando que já não se revia naquelas declarações. Mas também acrescentou: “Bill Clinton era pior”.

https://www.youtube.com/watch?v=C-Rr7CO59HY&feature=youtu.be

Todos com Harambe

A 28 de maio, um menino de três anos trepou as redes de segurança em redor da jaula onde Harambe, o gorila-ocidental-das-terras-baixas do Jardim Zoológico de Cincinnati, vivia. O rapaz caiu numa poça de água e o gorila tentou agarrá-lo e tirá-lo da água. Mas assim que Harambe se aproximou da criança, um tratador do jardim zoológico disparou contra o gorila e matou-o, com receio que o animal atacasse o menino. O caso foi alvo de debate e tornou-se num fenómeno da Internet.

Muitos acreditam que a decisão do tratador foi a mais acertada: o contacto do gorila com a criança podia ser fatal para ela. Outros juram que Harambe não queria magoar o rapaz, mas antes tirá-lo da água e protegê-lo. As opiniões dividiram-se e Harambe ficou no centro de mais um movimento na Internet: fizeram-se “memes” – brincadeiras que ironizam uma determinada situação – e o gorila transformou-se num verdadeiro mártir, com várias pessoas a defenderam que são os jardins zoológicos os responsáveis por situações como esta. Certo é que desde aquele dia, sites como o 9GAG estão repletos de imagens com uma só mensagem: “R.I.P. Harambe”.

https://www.youtube.com/watch?v=Py_1aCt2c0s

Maria Leal aqui só para nós

Lembra-se do vídeo de Fernando Daniel? Escrevemos que o que é português também é muito bom, mas há algumas exceções à regra. A prova está na atuação de Maria Leal num episódio do programa “Você na TV” da TVI. A artista não era desconhecida do público: Maria Leal era a ex-namorado de Tiago, um concorrente da última edição da Casa dos Segredos. Apareceu uns minutos durante uma gala de domingo, mas acabou por ganhar um passaporte para cumprir o seu sonho: cantar. O nervosismo é que estragou tudo.

Maria Leal “parecia um robô” a dançar, como a própria admitiu mais tarde num outro programa de televisão. Não conseguiu afinar a voz uma única vez de tão agitada que estava e a roupa não a favorecia. Mas transformou-se num fenómeno nacional, com algumas anedotas e umas longas presenças nos assuntos mais falados das redes sociais. Maria Leal transformou-se assim numa estrela e já faz presenças em festas do secundário e em passagens de ano.

Pokémon Go e outros movimentos de massas

A loucura instalou-se no Central Park, em plena cidade de Nova Iorque (Estados Unidos), quando um Vaporeon apareceu no meio do jardim. Pergunta-se o nosso leitor mais afastado dos jogos de telemóvel: “O que é um Vaporeon?”. Pois bem, não é um tipo de extraterrestre, nem uma pedra preciosa e extremamente rara. É um Pokémon, mais especificamente uma das evoluções da Eevee. Quando a aplicação deu sinal de que um Vaporeon estava nas redondezas, uma multidão inundou o parque: eram 23h00 e as pessoas saíram dos passeios e os carros ficaram parados no meio da estrada, o trânsito ficou estagnado. Tal como mostramos aqui em baixo.

Mas este parece ter sido o ano dos movimentos em massa (logo a seguir àquele em que as flashmobs é que eram a grande moda). Vimos pessoas a tentar virar garrafas de água no ar, tentando que elas caiam direitas em cima de uma pessoa num desafio chamado Water Bottle Flip. Vimos meio mundo a paralisar para alinhar no Mannequin Challenge. E outro meio a dançar ao som de “My Boo”, uma canção dos Ghost Town DJs que regressou dos mortos graças à dança inventada por dois adolescentes numa aborrecida aula de Finanças.

O avô mais triste do mundo

A Internet deixou cair uma lágrima quando a história deste avô deu a volta ao planeta. Ele convidou os seis netos para jantarem hambúrgueres em sua casa, mas apenas uma delas apareceu. Papaw, como os internautas o batizaram, estava visivelmente triste na imagem que a neta, Kelsey, publicou no Twitter. Sensibilizados, os internautas partilharam a fotografia milhares de vezes. E de repente o avô mais triste do mundo tinha milhares de netos novos.

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Quando percebeu a dimensão que a sua história tinha ganho, Papaw decidiu homenagear quem lhe deu carinho (mesmo que virtual) e decidiu organizar um churrasco. A notícia chegou ao Twitter através de outro neto, Brock: “O avô gostava de que eu anunciasse formalmente que ele vai fazer um churrasco. No próximo sábado, 26 de março, das 11h00 às 16h00, o avô vai cozinhar hambúrgueres! Isto é um convite para toda a gente que quiser vir! O avô diz que vai cozinhar hambúrgueres e tirar fotos durante o dia para quem aparecer”. Quem apareceu comeu hambúrgueres por dois dólares, ganhou uma t-shirt com a mensagem “Eu comi um hambúrguer com o Papaw” e teve direito a quantas fotografias quisesse. A festa foi um sucesso.

Hope, o menino que sobreviveu à fome

Não era este o seu nome favorito, mas não havia outro mais adequado. Hope era um menino desidratado e à beira da morte por fome que pediu ajuda a uma responsável de uma Organização Não Governamental (ONG). Era Anja Ringgren Loven e a fotografia onde aparece a dar águaà criança tornou-se o rosto do sofrimento que se sente na Nigéria. A imagem tornou-se viral porque Hope está visivelmente fraco: as pernas parecem reduzidas ao osso e as costelas podem ver-se através da pele. O mundo ficou chocado, mas Anja pôs mãos à obra.

O menino está agora feliz e saudável graças ao apoio de Anja, a dinamarquesa que há dois anos criou a Fundação para a Educação e Desenvolvimento das Crianças Africanas. Depois de a imagem se tornar viral, Anja conseguiu amealhar um milhão de dólares em dois dias e vai usar o valor para abrir uma clínica onde quer receber crianças como Hope. É que, recorda ela, este menino é apenas um entre milhares que todos os dias enfrentam a fome.

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Créditos: Anja Lóven/ Facebook

O pai que recria as selfies da filha

É a boca de pato, uma panóplia de filtros no Instagram e fotografias amadoras com ambições artísticas. Ser pai de uma adolescente em pleno século XXI pode ser tarefa árdua e este pai sabia-o bem. A filha gostava de publicar fotografias provocadoras, ele é que não gostava dos comentários (igualmente provocadores) que os amigos da filha publicavam nas redes sociais. Mas percebeu que não havia nada a fazer: as selfies tinham vindo para ficar e a “menina” dele tinha crescido e devia cuidar dela sozinha. Por isso escolheu outro caminho: se não os pode combater, junte-se a eles.

Este pai decidiu então recriar as fotografias da filha. Sempre que ela publicava uma nova imagem no Instagram, exibindo as tatuagens ou com expressões provocadoras, ele ridicularizava-as em plena Internet, publicando outras iguais – ou parecidas, que a barriga do homem em nada se compara com a da filha. A rapariga não achou piada ao início, mas logo aceitou a brincadeira: afinal, até os amigos adoravam a ideia do pai. Os amigos e o mundo inteiro: as suas fotos foram virais.

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Créditos: Instagram

E pronto, o ano passou a voar. Está na hora de fechar o livro de memórias ou pelo menos virar a página para que novas histórias venham marcar o novo ano. Agora, resta-nos especular: que dança vai levar a Internet ao rubro para o ano?