A Interpol emitiu um mandado internacional de captura em nome de Bernardo Moniz da Maia, ex-acionista de relevo do BCP e antigo administrador não executivo do BESI.

A notícia foi inicialmente avançada esta quinta-feira pelo Correio da Manhã e confirmada pela agência Lusa. De acordo a página online da Interpol, Bernardo Moniz da Maia é “procurado pelas autoridades brasileiras para julgamento/cumprir uma sentença” pelos crimes de peculato, associação criminosa, corrupção, desvio e lavagem de dinheiro, num esquema que terá lesado o Estado brasileiro em 14 milhões de reais (mais de 3,5 milhões de euros).

O presidente da empresa Yser, de 55 anos, já era considerado foragido no Brasil. Em causa está um esquema de desvio de recursos públicos em troca de luvas e financiamento que envolve Moniz da Maia, o português Hugo Alexandre Timóteo Murcho, diretor no Brasil da multinacional portuguesa Yser e da empresa Biotev Biotecnologia Vegetal Ltda, Narcio Rodrigues, então secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, e outros quatros brasileiros.

As autoridades brasileiras acreditam que Narcio Rodrigues foi corrompido pelos dois portugueses em cerca de 250 mil euros. Em troca, o grupo Yser era beneficiado em contratos de aquisição de equipamentos.

Depois de sair do Brasil, escreve o mesmo Correio da Manhã, Bernardo Moniz da Maia reside agora em Portugal. Recorde-se que o grupo deste empresário é um dos grandes devedores do Novo Banco, que lhe penhorou um avião e um iate, avaliados em 37 milhões de euros, por este não estar a pagar o crédito que obteve para os comprar.

O clã Moniz da Maia, dono da Sagema, é reconhecidamente uma família de empresários de sucesso. Bernardo Moniz da Maia chegou a deter 3% do BCP, foi administrador das empresas do GES e também do BESI.

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