A maioria do pescado consumido em Portugal e nos países mediterrânicos é importado, de acordo com a World Wildlife Fund (WWF), que aponta a pesca industrial e ilegal como causas para a falta de peixe no Mediterrâneo.
Das 7,5 milhões de toneladas de pescado comidas por ano nos países mediterrânicos, só 2,75 milhões são apanhadas internamente.
Portugal, com um consumo de 56,8 quilos por pessoa, é, a par de Espanha, Croácia, França, Grécia, Itália e Eslovénia, um dos países acima da média europeia de consumo de peixe, que se situa nos 22,9 quilos per capita. Marrocos, Tunísia, Argélia e Líbia são as origens mais comuns do peixe importado para a Europa, atingindo 1,8 milhões de toneladas em 2014, de acordo com os números da WWF.
A falta de peixe no Mediterrâneo explica-se, nos últimos 50 anos, pelos “crescentes métodos de pesca industrial, má monitorização, falta de controlo da pesca ilegal, não regulamentada e não declarada, e fatores ambientais”, salienta-se no estudo divulgado esta sexta-feira pela organização.
Portugal é o maior consumidor de pescado per capita da Europa e o terceiro no mundo”, destacou Rita Sá, da WWF Portugal, acrescentando que “apenas um quarto do pescado que os portugueses consomem provem de águas nacionais”, com uma “dependência de importações de países do norte da Europa, com espécies como o bacalhau e o salmão”.
Num guia divulgado pela WWF para um consumo mais responsável e sustentável de peixe recomenda-se não comer peixe apanhado antes de ser adulto, procurar nos rótulos por produtos certificados e variar as espécies consumidas.