O deputado do PSD Carlos Abreu Amorim exigiu este domingo respostas sobre o que aconteceu para que os três secretários de Estado tivessem pedido a demissão agora e não há um ano, altura a que os factos remontam. O social-democrata sublinhou, em declarações aos jornalistas, a “enorme estranheza pelo momento político em que estas demissões destes três secretários de Estado são conhecidas”.

“Não compreendemos o que é que se alterou desde há um ano a esta parte”, destacou. “Pelos vistos esta situação que origina estas demissões aconteceu há um ano. Na altura, o Governo disse que ia fazer um código de conduta e portanto estaria tudo resolvido”, lembrou Carlos Abreu Amorim, afirmando que “não está nada resolvido”

O PSD diz que as razões éticas, morais e políticas que existiram há um ano para a eventual demissão dos governantes que estavam envolvidos nas viagens ao Euro pagas pela Galp mantêm-se exatamente da mesma forma hoje. Não se compreende porque é que se escolheu este momento, porque é que estas decisões não foram tomadas há um ano”, sublinhou Abreu Amorim.

O social-democrata ironizou, questionando se foi “algum focus group ou alguma técnica de marketing político que aconselhou que fosse este exatamente o momento”.

Agora, explica Abreu Amorim, “é a vez de o PSD fazer perguntas. O que é que se alterou? O que é que aconteceu? Se há razões que têm a ver com uma eventual investigação judicial, elas têm de ser ditas preto no branco. Se há razões de ordem política ou de ordem ética que se fala da demissão”. “O PSD julga que o país tem direito a saber porquê“, sublinhou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“O PSD não pede demissões de governantes. Se estas situações que levam a demissões ocorreram há um ano, então essas demissões provavelmente já podiam ter ocorrido. Ora, se não ocorreram, por alguma razão foi. O código de conduta não serviu para nada?”, questionou Abreu Amorim.

“Na altura foi-nos dito que estava tudo resolvido e que não se falava mais no assunto. O que é que leva a que agora, com o país a viver a situação em que está, o que é que leva a que estas demissões possam acontecer?”, perguntou também.

Criticando o facto de o Governo estar preocupado com a sua imagem, Carlos Abreu Amorim rematou que “o que está em causa não deve ser a imagem do Governo, mas sim a imagem do país. Governar é mais do que uma imagem.”