Investigadores da Universidade de Ciência e Saúde de Oregon, nos Estados Unidos da América, modificaram, pela primeira vez no país, genes defeituosos de embriões humanos. CRISPR é como se chama a técnica de edição genética que permitiu o feito, avança a MIT Technology Review.

Segundo a publicação, os testes realizados permitiram demonstrar que é possível corrigir, eficazmente e sem riscos, defeitos genéticos responsáveis por doenças hereditárias. Os embriões modificados desenvolveram-se apenas durante uns dias e nunca houve qualquer intenção de os implantar num útero, ressalvaram de imediato os responsáveis pela investigação, para conterem potenciais críticas e polémicas associadas à utilização da técnica, que foi utilizada pela primeira vez para alterar embriões humanos 2015, por cientistas chineses (os resultados foram na altura publicados na Nature).

A pesquisa foi liderada pelo diretor do Centro para Células Embrionárias e Terapia de Genes da Universidade de Ciência e Saúde de Oregon, Shoukhrat Mitalipov. Por agora, pouco mais se sabe sobre a experiência feita com recurso à tecnologia CRISPR, uma espécie de “tesoura molecular” que permite o corte das piores partes dos genomas e a sua substituição por novas porções de ADN.

Os resultados deste estudo devem ser publicados em breve em uma revista científica”, disse Eric Robinson, o porta-voz da universidade onde foi feita a investigação. “Infelizmente, não podemos oferecer mais informações nesta etapa”, acrescentou.

Porque temem a eficácia do método, apontado como a mais que provável causa para o fim de uma série de doenças genéticas mas também como uma porta para o perigoso mundo dos “bebés criados à medida”, alguns países assinaram uma convenção que proíbe este tipo de manipulação. Os Estados Unidos, onde em 2015 um grupo internacional de cientistas e especialistas em ética decidiu que seria “irresponsável” avançar para experiências em embriões humanos antes de serem resolvidas as questões legais, de segurança e de ética inerentes, não são um deles.

Em março deste ano, especialistas da Academia Nacional de Ciências (NAS) e da Academia de Medicina norte-americanas concluíram porém que as novas técnicas de modificação genética “abrem possibilidades realistas que merecem sérias considerações”. E autorizaram finalmente a realização de estudos em embriões humanos.

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