Marisa Matias manifestou-se contra a divulgação da lista oficial de vítimas do incêndio de Pedrógão Grande. No seu habitual espaço de comentário na TVI24, esta sexta-feira, a eurodeputada (BE) considera que o mais importante, um mês e meio depois do início do fogo que matou pelo menos 64 pessoas, é que o Governo garanta que “todos os familiares” recebem “o apoio de que precisam”.

Depois da polémica que se levantou à volta do número real de vítimas do incêndio que se estendeu pelos concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, o Ministério Público revelou as 64 identidades das vítimas mortais (mais duas, cuja ligação direta ou indireta ao incêndio está a ser investigada). Até esse momento, o Governo recusava-se a divulgar essa informação, que integrava um processo-crime em segredo de justiça.

Mas, depois de confrontar a lista oficial com as listas informais preparadas por populares, a procuradora titular do processo tornou essa informação pública. Uma decisão errada, considera a eurodeputada.

Não acho que a lista deva ser pública, por respeito às vítimas e às famílias das vítimas”, considera Marisa Matias. “Não se ganha absolutamente nada em ter a lista divulgada.”

A antiga candidata presidencial (2016) falou ainda sobre o sistema de comunicações de emergência das autoridades portuguesas para defender uma revisão do atual modelo de parceria público-privada. “As comunicações continuam a falhar, as falhas no SIRESP não podem existir. Esta PPP não está a funcionar, devia acabar-se com ela”, defendeu.

Numa análise mais alargada sobre a tragédia de Pedrógão Grande, Marisa Matias considera que o incêndio “foi só, infelizmente, a expressão mais trágica de um problema maior, que tem a ver com a gestão da floresta, a noção do que é propriedade florestal, a ausência de um sistema de proteção civil digno desse nome e de um sistema de comunicações que não esteja sistematicamente a falhar”.

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