A Procuradoria-Geral da República divulgou os nomes das 64 vítimas de Pedrógão Grande após ter ouvido a empresária que disse ter conhecimento de pessoas não sinalizadas na lista oficial. Depois de fazer o cruzamento de dados com os nomes indicados pela testemunha e os das outras listas publicadas na comunicação social, a PGR concluiu que até ao momento “há 64 vítimas mortais” cuja identidade considerou poder “ser publicitada com segurança e sem perturbação da investigação”, ou seja, sem necessidade de manter o segredo de justiça. Cumpriu assim a intenção da Procuradoria anunciada pelo Observador esta segunda-feira.

A PGR esclareceu ainda que nesse cruzamento de nomes, entre a lista oficial que foi entregue pelas autoridades e a que testemunha compilou, foram encontradas “diversas imprecisões quanto à identificação das pessoas” e a repetição de nomes em, pelo menos, “seis situações”.

No final, ficaram apenas duas situações de fora, o caso de Alzira Carvalho, a mulher que morreu atropelada quando fugia do fogo, e a de José Rosa Tomás, o homem que morreu de pneumonia um mês depois da tragédia. De resto, houve “coincidência entre os nomes das vítimas mortais já identificadas no inquérito e os constantes da lista publicitada pela testemunha”.

A Procuradoria repete que o caso de Alzira Carvalho está a ser investigado “no âmbito de outro inquérito”, iniciado logo que foi “noticiado o acidente de viação”, e que o Ministério Público vai investigar as ligações entre este atropelamento e o incêndio, admitindo “uma eventual conexão dos inquéritos em curso”.

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Quanto à morte de José Rosa Tomás, cuja causa, segundo a PGR, até ao momento “não foi sinalizada como diretamente relacionada com o incêndio”, o Ministério Público anuncia que vai “recolher elementos” para definir “todas as circunstâncias” em que ocorreu. Ou seja, admite que poderá ser aberto um terceiro inquérito.

Aliás, a PGR explica que no inquérito principal está a ser investigada também “a situação das cerca de 150 vítimas não mortais”, tendo já sido inquiridas “cerca de 40 pessoas” e volta a apelar a quem tenha informações de “quaisquer factos relacionados com os incêndios de Pedrógão Grande” que os comunique ao Ministério Público.

Os nomes das 64 vítimas oficiais:

Afonso dos Santos Conceição

Emigrante em França. Era de Nodeirinho, onde morreram 11 dos pouco mais de 20 habitantes. Pouco mais se sabe sobre ele.

Américo Bráz Rodrigues

Não se sabe a razão da morte. Não se conhecem mais pormenores biográficos.

Ana Isabel Nunes Henriques

Ana Isabel Henriques ao lado do namorado Ricardo Martins Carvalho

Tinha 30 anos e estava com o namorado, Ricardo Martins Carvalho, de 37 anos, que trabalhava numa fábrica de lanifícios na zona das Sarzedas. O casal morreu carbonizado na estrada entre Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra, enquanto tentava fugir das chamas. Estavam com Jaime e Fátima Carvalho, respectivamente o padrasto e a mãe de Ricardo.

Ana Mafalda Pereira da Silva Correia Lacerda

Ana Mafalda Lacerda com o marido Miguel Costa, e os filhos do casal: António e Joaquim

Ana Mafalda, arquiteta, estava com o marido, Miguel Costa, advogado. Tinham ido passar o fim de semana à Várzea, junto ao Pedrógão Grande, com os filhos, António e Joaquim, com seis e quatro anos, a casa do pai dele. A família, que vivia em Lisboa, foi apanhada pelo fogo dentro de um automóvel naquela que ficou conhecida como “estrada da morte”, onde a maioria das vítimas morreu. A casa onde a família de Miguel se reunira para um jantar, e onde deixaram a mesa posta, acabou por não ser destruída pelas chamas, o que leva a crer que se tivessem ficado podiam ter sobrevivido.

Com eles estavam os outros nove familiares, que também tentaram fugir, em mais dois carros, pela mesma estrada. Dois deles eram o pai e a madrasta de Miguel. Nenhum se salvou.

Ana Mafalda Lacerda, tinha origens em São João das Lampas, Sintra.

Ana Maria Correia Fernandes Boleo Tomé

Era uma das pessoas da família de nove pessoas que ia começar a jantar e decidiu fugir em três carros, acabando por morrer na ‘estrada da morte’.

Anabela Lourenço Quevedo Esteves

Anabela Esteves fugiu acompanhada da vizinha Anabela Araújo

Tinha 47 anos, era empregada doméstica, e fugiu de Pobrais com a vizinha Anabela Araújo, de 38 anos, que andava a fazer um curso no IEFP para arranjar emprego. Os vizinhos ainda as chamaram para ficarem abrigadas num tanque cheio de água (que salvou a vida a várias pessoas), mas as duas mulheres, em pânico, preferiram meter-se no carro e sair dali. Anabela Araújo levou consigo todo o ouro que tinha em casa e 30 mil euros em notas. As duas acabariam por morrer na estrada, encurraladas pelas chamas no interior do carro de Anabela Esteves.

Anabela Maria da Silva Lopes Carvalho

Tinha cerca de 60 anos e fugiu com os vizinhos Helena e José Henriques de carro em direção à ‘estrada da morte’. O marido salvou-se, dentro do tanque de água de Sarzedas de São Pedro, onde muitos se tentaram pôr a salvo.

Anabela Pereira Araújo

Anabela Araújo fugiu com Anabela Esteves, outra das vítimas mortais

Tinha 38 anos, era mulher de um operacional da Proteção Civil. Morreu no carro em que fugiu com a vizinha Anabela Esteves.

António Lacerda Lopes da Costa

Tinha apenas seis anos, era um dos filhos de Miguel Costa e Ana Mafalda Lacerda. Morreu na ‘estrada da morte’, quando fugiam do incêndio. António jogava râguebi no Belenenses.

António Manuel Damásio Nunes

António Nunes morreu ao lado da mulher, o cunhado e um amigo

Tinha 41 anos e estava com a mulher, Eliana Damásio, de 38 anos, o irmão, Nélson Nunes, de 33, e um amigo, Paulo Silva, de 36. Morreram intoxicados devido ao fumo depois de decidirem abandonar a aldeia num carro que acabaram por deixar próximo do cemitério. Foram encontrados no chão, com o cão do casal, um labrador, a poucos metros, contou à Lusa uma amiga. António trabalhava com a mulher na fábrica têxtil Albano Morgado. Deixou dois filhos.

António Vaz Lopes

Tinha 86 anos e estava com a mulher, Augusta Ferreira, de 87. O casal morava na Moita. A casa ficou destruída. O filho, serralheiro, tentou salvar os pais, mas já não conseguiu passar pela estrada. Quando os encontrou, estavam mortos por asfixia.

Armindo Rodrigues Medeiros

Tinha 57 anos e estava com a mulher, Maria Leonor das Neves Medeiros, de 56 anos. Tinham uma casa em Sarzedas de São Pedro, onde iam a cada 15 dias, para cuidar da criação de abelhas. Fugiram de carro e foram apanhados pelo fogo.

Aurora Conceição Abreu

Aurora Abreu ao lado do marido Manuel Fidalgo Abreu. Em primeiro plano, Fernando Abreu com a mulher Arminda Abreu. Morreram os quatro

Tinha 87 anos e estava com o marido, Manuel Fidaldo Abreu, de 92. Viviam em Monte Abraão, Queluz, mas decidiram ir com o filho, Fernando Abreu, um maquinista da Comboios de Portugal recém-reformado de 60 anos, e com a mulher de Fernando, passar uns dias na terra onde nasceram. Foram apanhados de surpresa pelas chamas, que se aproximaram da aldeia, e fugiram de carro. Morreriam pouco depois, cercados pelo fogo, no interior do carro.

Bianca Antunes Henriques Nunes

Bianca Antunes ao colo da mãe, Gina

Tinha 4 anos e foi a segunda criança a ser confirmada como vítima da tragédia. Ia com a avó Maria Odete Rodrigues (de 62 anos), que também morreu, e a mãe Gina. A bebé e a idosa morreram carbonizadas no carro, enquanto Gina, em desespero, tentava salvar a filha e a mãe.

Bianca Sousa Machado

A família Machado: Bianca, o irmão Martim e os pais: Sérgio e Lígia

Tinha também quatro anos e estava de férias na piscina de ondas da Praia da Rocas, em Castanheira de Pêra, com os pais e o irmão de dois anos. Foram encontrados sem vida dentro de um dos carros encurralados pelo fogo na estrada EN263-1. Viviam em Sacavém e eram amigos do futebolista Quaresma.

Didia Maria dos Santos Lopes Augusto

Didia Augusto também foi uma das vítimas

Tinha 58 anos e ficara cega devido à diabetes. Deslocava-se com dificuldade e recusou sair de casa quando o fogo avançava sobre a aldeia de Balsa. “Quisemos trazê-la, mas ela recusou”, contou a vizinha da frente, Vera David, 33 anos, minutos antes do funeral da mulher. A casa ardeu e Didia foi encontrada sem vida.

Diogo Manuel Carvalho

Quando o incêndio começou a ameaçar as habitações da aldeia de Nodeirinho, Diogo e o madeireiro Mário Carvalho sairam de casa para garantir que as suas máquinas de trabalho estavam fora de perigo. Ambos morreram à beira da estrada que atravessa a aldeia quando o fogo se aproximou.

Eduardo Antunes Costa

Eduardo Costa era o pai da família

O pai de Diogo Costa e Sara. Tinha cerca de 60 anos e era assistente num consultório dentista na Pontinha (Odivelas), onde moravam.

Eliana Cristina Fernandes Francisco Damásio

Eliana era casada com António. Faleceram ambos

Tinha 38 anos e trabalhava com o marido António na fábrica têxtil Albano Morgado. O casal estava com o cunhado e um amigo. Morreram intoxicados devido ao fumo depois de decidirem abandonar a aldeia num carro. Deixou dois filhos.

Fátima Maria Carvalho

Fátima Carvalho ao lado do marido Jaime

Tinha 57 anos, era doméstica, e estava com o marido, Jaime Mendes Luís (52 anos), madeireiro, o filho, Ricardo Martins Carvalho, (37 anos), e a namorada deste, Ana Henriques (30 anos). Morreu carbonizada na estrada entre Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra, quando todos tentavam fugir das chamas. A família era natural de Pobrais, pequena aldeia em Pedrógão Grande, que perdeu um terço dos seus habitantes.

Fausto Dias Lopes da Costa

Fausto era o membro mais velho da família Lopes da Costa que faleceu

Mais um membro da família Lopes da Costa, de nove elementos, em que nenhum sobreviveu. Fausto Lopes da Costa, de 73 anos, e a mulher Lucília Simões, de 70, promoveram a reunião familiar – com os filhos de casamentos anteriores – aproveitando a ‘ponte’ do feriado. Fausto estava com a mulher, o filho Miguel, a nora e os dois netos. Ficaram todos presos na ‘estrada da morte. “Devem ter embatido uns nos outros e não conseguiram fugir”, disse um vizinho, José Rosa.

Felismina Rosa Nunes Ramalho

Felismina e o marido morreram num acidente de carro

Terá fugido com o marido, Alphone dos Santos Conceição , de 75 anos. Eram emigrantes em França e estavam em Portugal para ver a casa de família. O casal fugiu de carro e embateu noutro carro.

Fernando Fonseca Abreu

Maquinista da CP recém-reformado de 60 anos, conhecido pelos amigos e colegas como ‘Parente’, vivia em Monte Abraão, Sintra. Estava com a mulher a passar uns dias na terra natal. Foram apanhados de surpresa pelas chamas, que se aproximaram da aldeia onde viviam, e fugiu com a mulher, Arminda Abreu, e os pais, Aurora e Manuel. Morreriam pouco depois, cercados pelo fogo, no interior do carro.

Fernando Freire dos Santos

Natural dos Campelos, em Vila Facaia, cantava no coro da igreja. Não se sabe a razão da morte.

Fernando Rui Simões Mendes da Silva

Na foto, o engenheiro Fernando Rui Mendes Silva

Outro membro da família Mendes da Silva. Fernando Rui, engenheiro, era filho do primeiro casamento de Lucília, mulher de Fausto. Estava na reunião familiar na Várzea, com o filho de 5 anos e a mulher. Fugiram os nove em três carros. A família Lopes da Costa morreu presa na ‘estrada da morte’. A casa de onde escaparam ficou em pé e encontrada com a mesa posta para o jantar.

Gonçalo Fernando Correia Conceição

O bombeiro Gonçalo morreu no hospital

Tinha 39 anos e foi um dos bombeiros de Castanheira de Pêra destacados para combater o fogo em Pedrógão Grande. Seguia num dos carros dos bombeiros ao longo da IC8 quando colidiu com um automóvel que vinha em sentido contrário em fuga ao fogo. Ainda sem ferimentos, Gonçalo saiu do carro tanque com colegas para tentar salvar a vida da família que estava no interior desse automóvel. Sem sucesso. Foi apanhado pelas chamas que deflagraram nas margens da estrada, que lhe causaram ferimentos graves no rosto e nas vias respiratórias. Foi transportado para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, onde foi sujeito a ventilação e a uma intervenção cirurgia, mas morreu na segunda-feira seguinte. Deixou mulher e um filho de 11 anos.

Jaime Mendes Luìs

Tinha 52 anos, era madeireiro e estava com a mulher, Fátima. Naturais de Pobrais, morreram carbonizados na estrada entre Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra, enquanto tentavam fugir das chamas. Estavam com o filho de Fátima, Ricardo, e a namorada deste, Ana.

Joana Marques Pinhal

A mãe e a irmã de Joana também morreram

Tinha 15 anos, morava na Póvoa de Santa Iria e estudava na Escola D. Martinho Vaz. Praticava ginástica acrobática na Euterpe Alhandrense com a irmã, Margarida (12 anos). Quando o fogo começou a deflagrar em Pedrógão Grande, a família, que tinha casa na Várzea, decidiu fugir. O pai, Mário entrou num carro com os pais e a madrinha. Susana, a mãe, entrou com as filhas noutro automóvel. Em declarações à SIC, Mário explicou que a mulher e as filhas, uma das quais não levava o cinto posto, morreram por inalação de fumos enquanto atravessavam a “estrada da morte”. Mário percebeu que a temperatura estava mais baixa no lado de fora do carro do que no seu interior e saiu. Ele, os pais e a madrinha sobreviveram com queimaduras de segundo e terceiro graus.

Joaquim Lacerda Lopes da Costa

Tinha 4 anos e era filho mais novo do advogado Miguel Costa e da arquiteta Ana Mafalda Lacerda. Foi uma das crianças da família Lopes da Costa que morreu na ‘estrada da morte’.

José Henriques da Silva

Tinha 76 anos e fugiu com a mulher, Maria Helena Simões Henriques (de 74 anos), e a vizinha Anabela Carvalho (cerca de 60 anos). Habitantes de Sarzedas de São Pedro, acabaram todos por morrer.

José Maria Nunes Graça

José Maria ao lado da mulher, Maria da Conceição

Tinha 68 anos e era tipógrafo reformado. Tinha ido com a mulher, Maria da Conceição Graça (66 anos), passar o fim de semana a Vila Facaia, onde um deles mantinha uma casa de família com outros quatro irmãos. Dois desses irmãos tinham lá estado nos dias anteriores ao incêndio deflagrar, mas tinham partido devido ao calor. Quando o fogo chegou à aldeia, os vizinhos tentaram convencê-los a não fugir para a Bobadela (Loures), onde viviam, mas o casal pegou no carro e seguiu por aquela que viria a tornar-se na “estrada da morte”. Foram encurralados pelo fogo e morreram.

Lígia Isabel Libório Sousa

35 anos, funcionária numa loja do IKEA, era natural de Sacavém e passava férias com o marido e os dois filhos na piscina de ondas da Praia da Rocas. Foram encontrados sem vida dentro de um dos carros na estrada EN263-1.

Luciano Maria Joaquim

Luciano era casado com Amélia Pires que sobreviveu

Tinha 78 anos e morreu quando entrou dentro do carro e se encaminhou para a “estrada da morte” para tentar fugir ao fogo. Terá sido atingido pelo incêndio ou sufocado com o fumo. A mulher, Amélia Pires, de 80 anos, não ia com Luciano no carro e sobreviveu, mas ficou ferida.

Lucília da Conceição Simões

Lucília era a avó de Luís Fernando

70 anos, professora reformada, vivia com o marido, Fausto, na Várzea. A família Lopes da Costa tinha aproveitado a ‘ponte’ para uma reunião de família alargada com os filhos de ambos dos primeiros casamentos. Era mãe de Fernando Rui.

Luís Fernando Benedetti Piazza Mendes Silva

Luís foi uma das crianças que morreram na sequência do

Tinha cinco anos e era filho de Fernando Rui e neto de Lucília. Foi mais uma das crianças da família Lopes da Costa que morreu na tragédia.

Manuel Abreu Fidalgo

Tinha 92 anos e vivia com a mulher, Aurora, de 87, em Monte Abraão, Queluz. Decidiram ir com o filho, Fernando Abreu, passar uns dias à terra natal. Foram apanhados de surpresa pelas chamas, que se aproximaram da aldeia onde viviam, e fugiram de carro. Morreriam cercados pelo fogo.

Manuel André de Almeida

Manuel era casado com Maria Cipriano que também faleceu

Tinha de 62 anos, era natural de Góis, e tinha com a mulher, Maria Cipriano, uma empresa de confeções nos Moinhos da Funcheira e uma loja na Amadora. O casal foi até Góis para um almoço com outros membros da coletividade a que Manuel pertencia. Quando regressavam à Amadora, a estrada onde seguiam foi encurralada pelo fogo. Os dois morreram.

Manuel Bernardo

Tinha cerca de 60 anos e tinha ido com a mulher, Maria Odete dos Santos, a Sarzedas de São Pedro passar o fim de semana com familiares.
Despistaram-se à saída da aldeia. Foi apenas encontrada a carcaça calcinada do automóvel em que seguiam.

Margarida Marques Pinhal

Margarida morreu com a mãe e a irmã no interior de um carro

Tinha 12 anos, era irmã de Joana, e tal como ela praticava ginástica acrobática na Euterpe Alhandrense. Estudava na Escola Aristides de Sousa Mendes, na Póvoa de Santa Iria. Morreu com a mãe a irmã no interior do carro onde fugiam. O pai, que seguia noutro carro com os avós e a madrinha, escapou.

Maria Arminda Antunes de Bastos Godinho e Abreu

Era mulher de Fernando Abreu, o maquinista reformado da CP que tinha ido com os pais passar uns dias à zona de Pedrógão. Morreram os quatro quando fugiam de carro das chamas que cercaram a aldeia.

Maria Augusta Henriques Ferreira

Tinha 87 anos e morava com o marido, António Lopes, na Moita. A casa foi devastada pelas chamas e ambos morreram por asfixia. O filho não os conseguiu salvar.

Maria Cipriana Farinha Branco Almeida

Tinha 59 anos, era natural de Serpa (Vale de Vargo), e tinha uma empresa e uma loja com o marido, Manuel, nos Moinhos da Funcheira, Amadora. Era conhecida pelos amigos como dona Bia. Foram a Góis, onde Manuel dirigia uma coletividade. Quando regressavam à Amadora, a estrada onde seguiam foi encurralada pelo fogo. Os dois morreram.

Maria Cristina da Silva Gonçalves

Cristina era a mulher de Eduardo Costa

Com 56 anos, trabalhava em próteses dentárias na Pontinha (Odivelas). Era casada com Eduardo Costa e tinham ido passar o fim de semana com a mãe de Eduardo em Pedrógão Grande. Quando o incêndio deflagrou, os três tentaram fugir pela estrada nacional 236, mas foram apanhados pelo fogo. Tinham dois filhos de 20 e 24 anos.

Maria da Conceição Ribeiro Nunes Graça

Com 66 anos, tinha ido com o marido, José Maria, passar o fim de semana a Vila Facaia. Ao fugirem para a Bobadela (Loures), onde viviam, seguiram pela “estrada da morte”, foram encurralados pelo fogo e morreram.

Maria Helena Simões Henriques da Silva

Tinha 76 anos e fugiu de carro com o marido, José Henriques da Silva, e a vizinha Anabela Carvalho, de Sarzedas de São Pedro.

Maria Leonor Arnauth Neves

Ela e o marido, Armindo, tinham uma casa em Sarzedas de São Pedro, onde iam a cada 15 dias, para cuidar da criação de abelhas. Fugiram de carro e foram apanhados pelo fogo. Tinha 56 anos.

Maria Luísa Araújo Courela Antunes Rosa

Com cerca de 50 anos, estava com o marido, Vasco Rosa (com quem tinha casado há cerca de um ano) na casa que tinham em Nodeirinho. Com eles estava a nora, Sara Antunes, e o filho. Só o rapaz sobreviveu. Terão morrido por inalação de fumos.

Maria Odete dos Santos Anacleto Bernardo

Tinha ido com o marido, Manuel Bernardo, a Sarzedas de São Pedro passar o fim de semana com familiares. Despistaram-se à saída da aldeia e morreram ambos.

Maria Odete Rosa Rodrigues

Tinha 62 anos e era avó de Bianca Antunes. Ia no carro com a neta e a filha Gina. Morreu carbonizada com a menina.

Mário Fernando Antunes Carvalho

Era madeireiro na Carvalhos Exploração De Madeiras, Lda, em Nodeirinho, e quando o incêndio começou a ameaçar as habitações da aldeia saiu de casa para garantir que as suas máquinas de trabalho estavam fora de perigo. Com ele foi o sobrinho, Diogo Manuel Carvalho. Ambos morreram à beira da estrada que atravessa a aldeia quando o fogo se aproximou.

Martim Miguel Sousa Machado

Tinha apenas dois anos e era o membro mais novo da família Machado, de Sacavém. Estava com os pais, Sérgio Machado e Lígia Sousa, e a irmã, Bianca, de férias na piscina de ondas da Praia da Rocas. Foram encontrados sem vida dentro de um dos carros na estrada EN263-1.

Miguel Santos Lopes da Costa

Outro membro da família Lopes da Costa. Tinha ido a um jantar de família a casa do pai, Fausto, na Várzea. Miguel era advogado, estava com a sua mulher, Mafalda, arquiteta, e os filhos António, 6 anos, e Joaquim, de 4.

Nélson André Damásio Nunes

Nelson morreu num interior de um carro ao lado de António Nunes

Tinha 33 anos e estava com o irmão, António, e a cunhada, Eliana. Morreram os três intoxicados devido ao fumo depois de decidirem abandonar a aldeia num carro que acabaram por abandonar próximo do cemitério de Sarzedas de São Pedro, tendo sido encontrados no chão. Também trabalhava na fábrica de têxteis Albano Morgado, SA.

Paulo Miguel Valente da Silva

Paulo era o amigo de António Nunes que também morreu

Tinha 36 anos e era amigo de António e Eliana Damásio e de Nélson Nunes. Seguia com eles no carro em fuga de Sarzedas de S. Pedro.

Ricardo Carvalho Martins

Tinha 37 anos, trabalhava numa fábrica de lanifícios na zona das Sarzedas, e estava ao lado da namorada, Ana Henriques. O casal morreu carbonizado na estrada entre Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra, enquanto tentava fugir das chamas, com a mãe e o padrasto de Ricardo, Fátima Carvalho e Jaime Mendes Luís.

Rodrigo Miguel Cardita Rosário

Rodrigo foi outra das crianças que morreram no incêndio

Tinha 4 anos e ficara ao cuidado do tio, Sidnel Belchior Vaz do Rosário, enquanto os seus pais, Ana Cardito e Nuno Belchior, recém-casados, estavam em lua de mel em S. Tomé e Príncipe. Moreram ambos, tio e sobrinho, na EN-236.

Sara Elisa Dinis Costa

Sara Costa

Sara Costa era irmã de Ana Catarina Costa que escreveu ao Presidente da República. Tinha 35 anos e deixou um filho de 7.

Sara Peralta Antunes

Sara morreu em casa, onde estava com a sogra que também acabou por morrer

Tinha 33 anos, era natural de Sesimbra, ex-aluna do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), onde frequentou o curso de Contabilidade entre 2004 e 2007, e instrutora de ioga. Estava em casa com a sogra, Luísa Rosa, quando o fogo chegou a Figueiró dos Vinhos. Tentaram ambas fugir, mas morreram no jardim da casa por inalação de fumos. Deixou um filho menor.

Sérgio Filipe Quintas Duarte

Sérgio Duarte foi outra da vítimas. Pouca informação há sobre ele

Era filho de um funcionário da câmara de Figueiró dos Vinhos mas não há mais informação sobre a morte dele.

Sérgio Teixeira Machado

Amigo de Quaresma, tinha 36 anos e trabalhava na Unilever, em Sacavém. Passavam férias com a mulher Lígia e os filhos, Martim e Bianca, na piscina de ondas da Praia da Rocas. Foram os quatro encontrados sem vida dentro de um dos carros encurralados pelo fogo na estrada EN263-1.

Sidnel Belchior Vaz do Rosário

Sidnel era o tio do pequeno Rodrigo, outra das vítimas

Com 38 anos, morreu na estrada que liga Figueiró dos Vinhos a Castanheira de Pêra com o sobrinho, Rodrigo, de quatro anos, filho do seu irmão Nuno Belchior, que estava de lua de mel em S. Tomé e Príncipe.

Susana Maria Guerreiro Marques Pinhal

Susana e as filhas morreram

Tinha uma casa em Várzeas, onde estava com o marido, Mário, as filhas, Joana e Margarida, os sogros e a madrinha de Mário. A família da Póvoa de Santa Iria fugiu em dois carros. Susana, de 41 anos, seguiu com as filhas. Morreram as três. Mário, os pais e a madrinha sobreviveram com queimaduras de segundo e terceiro graus.

Vasco Antunes Rosa

Vasco, com cerca de 50 anos, tinha ido com a mulher, Luísa (com quem casara há um ano) e o filho passar o fim de semana na casa que mantinham em Nodeirinho. Vasco e Luísa foram apanhados pelas chamas e morreram, tal como a nora, Sara.

Vítor Manuel da Conceição Passos Rosa

Tinha 56 anos e vivia sozinho numa casa em Pobrais. Reformado por ter problemas de saúde e dificuldades de mobilidade, Vítor recebia apoio regular do do lar de Vila Facaia, onde costumava passar o dia. Naquele sábado, funcionários do lar tinham levado Vítor de regresso a casa ainda antes de o incêndio deflagrar e nunca mais souberam dele. Sabiam apenas que a casa onde vivia esteve a arder desde sábado à tarde até domingo à noite e que era impossível lá entrar. Na segunda-feira, um voluntário de Leiria, que tinha tirado três dias de folga para ajudar a combater o fogo em Pedróogão Grande, entrou na casa e encontrou o cadáver de Vítor. O telhado, as janelas e o interior da casa estavam completamente destruídos.

E os outros dois casos:

Alzira Carvalho da Costa, 71 anos, era natural e residente na Senhora da Piedade em Vila Facaia. Não está na lista oficial de 64 mortos por não ser considerada vítima direta. Viúva, vivia sozinha na localidade da Senhora da Piedade, mesmo ao pé da capela. Conhecida como a Tia Alzira, morreu atropelada e, segundo, a GNR informou os familiares, o autor do atropelamento já terá sido identificado. Alzira fugiu para ir ter com as vizinhas, levava com ela uma lanterna, o telemóvel e o dinheiro. A casa ficou intacta. Foi enterrada no Cemitério de Vila Facaia.

Alzira não é considerada uma vítima direta

José Rosa Tomás, 81 anos, foi um dos feridos no incêndio. ;orreu no hospital, um mês depois da tragédia. A causa da morte apontada na autópsia é pneumonia. De acordo com uma vizinha, já tinha problemas respiratórios.