A coordenadora do BE, Catarina Martins, insistiu esta terça-feira no fim dos Vistos Gold, um regime de autorização de residência para investimento que, além de provocar a especulação imobiliária, serve ainda “para lavar dinheiro de esquemas de corrupção”.

Numa ação de campanha autárquica com os candidatos do BE às câmaras de Porto e de Vila Nova de Gaia, Catarina Martins elencou aqueles que são os problemas de uma das prioridades do partido nesta corrida eleitoral, a habitação.

Mecanismos como os Vistos Gold, nós sempre dissemos, provocavam a especulação imobiliária e está à vista também servem para lavar dinheiro até de esquemas de corrupção, como sabemos agora pelas notícias”, criticou.

Na opinião de Catarina Martins, a investigação conjunta do semanário Expresso e do jornal britânico The Guardian de que vários empresários estrangeiros envolvidos em casos de corrupção, como os brasileiros Otávio Azevedo e Pedro Novis, obtiveram autorização de residência em Portugal vem provar a preocupação que o BE tem há muito sobre este tema. “O Bloco defende que não devem existir Vistos Gold. Somos muito coerentes com a nossa posição há muito tempo”, reiterou.

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Os Vistos Gold, explicou a líder do BE, “são autorizações de residência que são dadas a cidadãos que são milionários de outros países e que não têm que explicar de onde é que vem o dinheiro”.

Foi criado com o Governo PSD/CDS e é um mecanismo que se mantém e agora vemos que o nosso país está associado a corruptos de processos importantes – nomeadamente em Angola e Brasil – que vieram para o nosso país lavar dinheiro”, criticou.

Catarina Martins recordou que agora a Comissão Europeia passou a analisar os processos dos Vistos Gold em Portugal, processos esses que “fizeram subir os preços das casas em centros históricos”.

“Um país que se leva a sério deve tratar as questões da habitação de uma forma bastante sensata”, pediu.