Cerca de 2,7 milhões de pessoas que vivem em África foram obrigadas a deslocações dentro do próprio país no primeiro semestre do ano, maioritariamente devido a conflitos, segundo um relatório divulgado esta quarta-feira por uma Organização Não-Governamental (ONG).

Estas pessoas foram obrigadas a “fugir de suas casas para escapar aos conflitos armados, violência ou desastres, mas nunca cruzaram uma fronteira internacional”, indica o relatório do Centro de Monitorização e Deslocação Interna, que depende do Conselho Norueguês de Refugiados (NRC).

Os conflitos representaram 75% da deslocação de pessoas em África entre janeiro e junho deste ano, de acordo com as estatísticas do relatório.

A República Democrática do Congo (RDC), a Nigéria e o Sudão do Sul estão entre os cinco países onde ocorre mais vezes este fenómeno, que obriga as pessoas a abandonarem as suas terras. No primeiro semestre, foram registados 997 mil novos deslocados devido aos conflitos armados na RDC, um número superior ao contabilizado em 2016.

“Esta trágica situação, que continua a aumentar, necessita de uma nova abordagem que vai além da ação humanitária para atacar as causas e as repercussões deste deslocamento massivo de pessoas”, afirmou a diretora da ONG, Alexandra Bilak.

Para inverter a tendência, adiantou, é necessário “apostar na prevenção e na redução dos riscos”. “Isso passa unicamente pela adoção de medidas imediatas assentes na prevenção de conflitos e na consolidação da paz nestes países, bem como no desenvolvimento económico e político”.

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