Vitaly Mutko é vice-primeiro-ministro russo, presidente da Federação Russa de Futebol e organizador do Mundial de futebol que terá lugar na Rússia em 2018. Em tempos, foi presidente do clube de futebol Zenit de Moscovo e ministro do Desporto. A sua influência na área é tremenda, mas, em vésperas de Mundial, a pressão que se acumulou para que se afastasse da Federação devido às suspeitas que recaem sobre si foi grande demais e Mutko acabou por ceder.

Esta segunda-feira, de acordo com várias agências noticiosas russas, Mutko “anunciou a suspensão do seu posto” numa reunião da Federação, para os próximos seis meses. No seu lugar ficará o diretor geral da federação, Alexander Alayev. De acordo com a BBC, Mutko, que fez parte do comité executivo da FIFA mas foi afastado recentemente, declarou que irá apenas afastar-se para que a organização “não seja perturbada durante a investigação legal”. No entanto, manter-se-á como organizador do Mundial.

Em causa estão as suspeitas de que Mutko terá dirigido um esquema de doping para os atletas nacionais quando era ministro do Desporto — uma acusação que o próprio nega. Em causa está a denúncia feita por Vitaly Stepanov, um ex-trabalhador da agência anti-doping russa, de que Mutko seria o dirigente do “programa estatal” de doping. Por essa razão, a Rússia foi banida dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018 e o próprio Mutko foi banido permanentemente de todos os Olímpicos daí em diante.

O ex-ministro do Desporto sempre foi próximo do presidente russo, Vladimir Putin, como recorda a Deutsche Welle: os dois são de São Petersburgo e, para além de trabalharem juntos no Governo, colaboraram nos Jogos da Boa Vontade de 1994.

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