Se há patrões que preferem ignorar os seus empregados, como também existem trabalhadores que pouco ou nada contribuem para o crescimento das empresas, não faltam exemplos contrários. Este chega-nos pela mão da Audi, com a marca alemã a afirmar ter conseguido poupar 108,6 milhões de euros em 2017, apenas e só por ter aceitado, e colocado em prática, sugestões feitas pelos seus funcionários.

O caso foi divulgado pelo próprio fabricante e diz respeito a fábricas como, por exemplo, as de Ingolstadt e Neckarsulm, na Alemanha. Com o responsável pela Organização e Consultadoria da Audi, Joachim Kraege, a garantir que “sempre encorajámos os nossos trabalhadores a pensarem a sua área de trabalho e a questionarem o status quo”. Acrescentando que “a criatividade e inventividade de todos, na Audi, é um dos factores cruciais para o nosso sucesso”.

Refira-se que há já 50 anos que a marca dos quatro anéis mantém a prática de recepcionar sugestões e ideias dos empregados, prática que obviamente não é exclusiva deste fabricante, nem desta indústria. Este hábito acabou dando origem ao chamado Programa de Ideias, cuja actual configuração se mantém desde 1994. E que está aberto não apenas a dicas mais abrangentes, que envolvem a infraestrutura, como também a pequenas sugestões, para aplicação no dia-a-dia.

“É a nossa força de trabalho que garante o sucesso a longo prazo da nossa marca”, comentou o Chairman do Conselho de Trabalhadores do Grupo, Klaus Mittermaier, garantindo que “o Programa de Ideias” da Audi mostra isso, muito claramente. Pelo que é muito importante para nós, enquanto membros do Conselho de Trabalhadores, que os nosso colegas lucrem directamente pelas sugestões, com vista a melhoramentos, que apresentam à empresa”.

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Sobre este aspecto, importa referir que os empregados que vêem as suas sugestões aplicadas, recebem um prémio financeiro cujo valor depende da dimensão da poupança conseguida com a sua sugestão. Como exemplo de medidas propostas e aplicadas, a marca dos quatro anéis recorda o caso surgido no departamento de desenvolvimento de motores, onde dois empregados da manutenção repararam que o sistema de ventilação dos edifícios onde trabalhavam, ficava a funcionar ininterruptamente, dia e noite. Sendo que os mesmos empregados sugeriram então uma redução da intensidade das ventoinhas, durante o período em que os restantes trabalhadores não estavam, situação que permitiu à Audi poupar cerca de 100 mil euros por ano.

Outras medidas têm a ver com a redução do tempo de trabalho na linha de produção previsto para determinadas tarefas, como foi o caso da proposta de três trabalhadores da Qualidade, que tinham por missão medir e acertar as folgas nas portas dos veículos. Através das suas propostas, ajudaram a diminuir o tempo gasto no ajuste dos instrumentos de medição de 34, para apenas 18 minutos. Poupando assim 200 horas de trabalho por ano, que agora podem utilizar na realização de outras tarefas.

A Audi revela ainda que, só em 2017, poupou 33 milhões de euros nas suas fábricas de Györ e Bruxelas, em resultado da implementação de mais de 10.100 sugestões feitas por empregados.