Portugal e Moçambique vão estudar a participação conjunta das Forças Armadas dos dois países em missões humanitárias e de paz, no âmbito de um novo acordo de cooperação que será assinado na próxima semana, em Maputo.

O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, desloca-se a Moçambique entre os dias 19 e 23 de fevereiro, visita durante a qual assinará, com o homólogo moçambicano, major-general na reserva Atanásio Salvador Mtumuke, o programa-quadro de cooperação no domínio da Defesa.

Este acordo vai vigorar até 2021 e vai além da tradicional cooperação técnico-militar prevista nos sucessivos acordos bilaterais assinados desde 1988 com Moçambique, estabelecendo cinco projetos de desenvolvimento, disse à Lusa fonte da Defesa Nacional.

O apoio à estrutura da Defesa de Moçambique, o intercâmbio de militares entre os dois países para formação e ensino e a criação de condições para a participação conjunta das Forças Armadas portuguesas em missões humanitárias e de paz estão previstos no acordo de cooperação.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em particular, prevê-se o apoio prestado por 19 militares portugueses (14 em Maputo e cinco em Nampula) à estrutura superior de Defesa e das Forças Armadas de Moçambique, bem como à Marinha, Força Aérea, Academia Militar e ainda ao Instituto Superior de Estudos de Defesa (Isedef) moçambicano.

Para o governo moçambicano, a visita enquadra-se nos “esforços dos ministérios da Defesa dos dois países em incrementar cada vez mais os laços de cooperação bilateral e históricas”, segundo um comunicado divulgado hoje.

Durante a deslocação, o ministro da Defesa português entregará dez lanchas à Marinha de Guerra de Moçambique, que permitirão “apoiar missões de interesse público”.

Azeredo Lopes visitará o Instituto Superior de Estudos de Defesa na terça-feira e presta homenagem aos antigos combatentes.

Na quarta-feira, em Nampula, visita a Academia Militar, e dá uma palestra sobre “O contributo das Forças Armadas portuguesas para a promoção da paz e segurança internacional”.

Na quinta-feira, Azeredo Lopes deverá visitar e contactar as autoridades locais da Ilha de Moçambique, que vai celebrar em setembro os 200 anos de elevação a cidade.

Para sexta-feira, em Maputo, está agendada uma visita ao centro de Análise Estratégica da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e à sede da Associação de Deficientes das Forças Armadas Portuguesas em Moçambique.