Quatro Capacetes Azuis foram esta quarta-feira mortos e quatro ficaram gravemente feridos no centro do Mali, num ataque com uma bomba artesanal, anunciou a força da ONU no país (MINUSMA).
“Um balanço provisório indica que quatro Capacetes Azuis morreram na sequência da explosão de uma mina ou de um engenho explosivo à passagem de um veículo da força da MINUSMA no eixo Boni-Douentza, na região de Mopti”, lê-se no comunicado, que precisa que outros quatro soldados da paz feridos com gravidade estavam a ser retirados do local.
“A MINUSMA está atualmente a reforçar o seu dispositivo de segurança no centro do Mali, juntamente com os seus parceiros nacionais, regionais e internacionais. Encurralados, os terroristas multiplicam os seus ataques de uma baixeza indescritível”, declarou o representante especial do secretário-geral da ONU e líder da MINUSMA, Mahamat Saleh Annadif, citado no comunicado.
O responsável sublinhou que “estes atos traduzem a desorientação [dos terroristas] e em nada alteram a determinação da MINUSMA em executar o seu mandato”, condenando “firmemente atos que têm por objetivo paralisar as suas operações no terreno e atingir indistintamente o pessoal das Nações Unidas, dos seus parceiros ou civis inocentes”.
De acordo com o comunicado, Annedif “presta homenagem aos soldados mortos ao serviço da paz no Mali, no cumprimento da sua missão, e apresenta as suas condolências às famílias enlutadas, desejando igualmente o rápido e total restabelecimento dos feridos”.
O chefe da MINUSMA expressou também condolências às Forças Armadas malianas (FAMas) e ao Governo do Mali, “que tragicamente perderam seis soldados ontem, em condições semelhantes às de Dioura (Ségou)”.
Um veículo das Forças Armadas “explodiu [na terça-feira] devido a um engenho explosivo improvisado a cerca de sete quilómetros a leste de Dioura”, na zona de Ségou, no centro do país. O balanço é de seis mortos”, entre os quais um tenente, indicara antes o exército maliano no seu ‘site’ de informação.
O norte do Mali caiu em março-abril de 2012 nas mãos de grupos ‘jihadistas’ ligados à Al-Qaida. Esses grupos foram, em grande parte, expulsos por uma intervenção militar internacional lançada em janeiro de 2013 por iniciativa da França e que está ainda em curso.
Mas há zonas inteiras do país que continuam a escapar ao controlo das forças malianas e estrangeiras, regularmente alvo de ataques, apesar da assinatura, em maio-junho de 2015, de um acordo de paz destinado a isolar definitivamente os ‘jihadistas’, mas cuja aplicação acumula atrasos.
Desde 2015, estes ataques estenderam-se ao centro e ao sul do Mali e o fenómeno está a alastrar aos países vizinhos, em particular ao Burkina Faso e ao Níger.