Um homem que está gravemente ferido depois de ter sido exposto a uma substância desconhecida em Wiltshire, Reino Unido, é afinal um ex-espião russo ao serviço de Londres. A BBC avança que Sergei Skripal, de 66 anos, é o mesmo homem que este domingo se sentiu subitamente mal num centro comercial em Salisbury.

Skripal estava no shopping na companhia de uma mulher quando o par foi encontrado inconsciente. Foram levados para a unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Distrital de Salisbury e estão em estado considerado muito grave.

A BBC revela agora que se trata de um ex-espião ao serviço do Reino Unido que conseguiu asilo em território britânico depois de uma troca de espiões entre a Rússia e os Estados Unidos, em 2010. Antes, o ex-espião já tinha cumprido 13 anos de prisão pela sua atividade na Rússia.

Entre as missões que Moscovo apontou a Skripal está o momento em que o ex-espião passou aos serviços secretos britânicos a identidade de outros espiões russos que operavam em território europeu. De acordo com as autoridades russas, escreve a BBC, o ex-espião terá recebido cerca de 100 mil dólares pelas informações que terá começado a passar ainda na década de 1990.

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As autoridades médicas não sabem, ainda, a que tipo de substância Sergei Skripal e a mulher foram expostas no domingo. Mas, depois de ambos terem dado sinais de mal-estar, a polícia montou um cordão de segurança não apenas naquele espaço de comércio mas também noutros locais da cidade.

“Estamos a realizar interrogatórios alargados, em conjunto com agências parceiras, para determinar o que levou a que aquelas duas pessoas perdessem os sentidos e para clarificar se houve, ou não, alguma atividade criminal”, disse Craig Holden, chefe da polícia local, adiantando que nem o homem nem a mulher apresentavam qualquer ferimento quando foram encontrados num banco do centro comercial.

“Estão a ser tratados por suspeitas de terem sido expostos a uma substância desconhecida”, disse ainda Craig Holden.

Depois de ser conhecida a ocupação de Skripal, os jornais britânicos começaram a fazer referência ao caso de Alexander Litvinenko, um ex-elemento do KGB que foi assassinado em Londres, em 2006, também por envenenamento, e que uma investigação de Londres permitiu concluir que teria sido aprovado diretamente pelo presidente Vladimir Putin.