As autoridades britânicas vão enviar cerca de 180 tropas para Salisbury, a cidade onde o ex-espião russo, Sergei Skripal, terá sido envenenado com um agente nervoso — composto químico que afeta o sistema nervoso –, juntamente com a filha. A missão dos militares é remover com segurança uma série de objetos que possam estar contaminados e ajudar nas investigações.

Ex-espião russo e filha foram envenenados por agente nervoso

As medidas foram tomadas na manhã desta sexta-feira, depois de o polícia Nick Baley, o primeiro a chegar a casa do ex-espião, ter sido hospitalizado e estar gravemente doente. Um porta-voz da Polícia Metropolitana afirmou que “a Rede de Polícia Antiterrorismo pediu assistência dos militares [da Royal Marine] para remover veículos e objetos do centro da cidade de Salisbury”, escreve o Telegraph.

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As autoridades referem que a população não deve ficar alarmada uma vez que “o exército tem experiência e capacidade” para responder a este tipo de situações”. A assistência militar vai permanecer no local durante a investigação e “até que seja necessário”.

O secretário da Defesa, Gavin Williamson, disse que “as forças armadas se intensificaram para apoiar a polícia na investigação”, acrescentando que no local estão “as pessoas certas”. Williamson mostrou-se solidário para com as vítimas: “Este é um incidente terrível e os meus pensamentos permanecem com as vítimas e as suas famílias”, afirmou.

A secretária de Estado para os Assuntos Internos, Amber Rudd, visitou o local esta manhã e deixou uma mensagem no Twitter, dizendo que os seus pensamentos continuam com as vítimas e com o polícia Nick Baley, acrescentando que estão a ser bem tratados pelos serviços de saúde.

O jornal britânico escreve que o facto de Nick Bailey ter sido envenenado em casa de Skripal sugere que pai e filha também tenham sido ali envenenados ao invés de ter acontecido na rua, como antes se pensava. Assim, há possibilidade de a filha, Yulia Skripal, ter trazido, inadvertidamente, um presente de Moscovo que continha o composto químico.

Na sequência deste incidente, revelou a polícia, 21 pessoas necessitaram de assistência médica, mas apenas três pessoas continuam a ser tratadas.

A Polícia Antiterrorismo e as forças de segurança estão agora a investigar a forma como  o agente nervoso poderá ter sido administrado. Sergei Skripal, 66 anos, e Yulia Skripal, 33, foram encontrados em estado crítico num banco de jardim, numa rua de Salisbury e encontram-se hospitalizados.